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Terminou ontem (25.06) os desfiles para o verão 2014 da semana de moda masculina de Milão. Na pauta, o mix de elementos esportivos com a alfaiataria clássica, a volta do terno de 3 botões (ícone dos anos 90), o desaparecimento das gravatas, o predomínio das camisetas sobre camisas, as calças de modelagem ampla e caimento fluido, a continuada força dos sweater, os florais escuros, e uma certa economia de design, traduzida em proposta diretas, formas simples e ausência de decorações frívolas. Veja a seguir um balanço dos melhores momentos da semana: _DÉBUT Ermenegildo Zegna Marcando em grande estilo o início dos desfiles masculinos em Milão, Stefano Pilati, depois de quase 10 anos na direção criativa da Yves Saint Laurent, fez sua estreia a frente da criação da Ermenegildo Zegna. Na famosa marca italiana, mais conhecida por seus ternos de altíssima qualidade e tecelagens espalhadas pela Itália, Pilati ficou encarregado de criar uma linha especial de couture, dedicada a um seleto grupo de consumidores do mais alto luxo. Mas, mesmo com foco extremamente nichado, a coleção reverberou não só pela revolução que fez na grife, mas também por seu caráter direcional para a moda masculina. Entre as principais novidades apresentadas estão o uso de cores (a Zegna sempre foi sinônimo de tons sóbrios, principalmente o cinza), a “descombinção” do terno (calças e blazer em cores diferentes, refletindo um novo comportamento de consumo masculino), e uma proposta mais relaxada e sensual de proporção e silhueta (mais alongada, com formas fluídas e relaxadas). _ALTA PERFORMANCE Salvatore Ferragamo Para o verão 2014, modelagens, tecidos tecnológicos e acabamentos dos mais variados esportes encontraram caminho livre para algumas das principais coleções desfiladas na cidade italiana. Na Salvatore Ferragamo, por exemplo, o diretor de criação Massimiliano Giornetti apresentou uma coleção de parkas oversized e jaquetas bomber, combinadas com bermudas superamplas e regatas ou camisetas estampadas graficamente com o números 1 e 4. Fendi De maneira similar, na Fendi, elementos esportivos como ajustes elásticos e tecidos tecnológicos se misturaram a expertise máxima dessa marca no manuseio e acabamento com couro. E na Calvin Klein, Italo Zucchelli segue sua imersão nos mais recentes avanços da tecnologia têxtil. _ESPORTES URBANOS Giorgio Armani Ainda que os esportes tenham marcado presença na pauta da semana, foi sua adaptação ao guarda-roupa urbano que ganhou mais relevância e aparência de novidade. Emporio Armani Giorgio Armani, tanto em sua linha principal, como na Emporio Armani, deu a seus famosos ternos ares dinâmicos e confortáveis ao trocar botões por zíperes, camisas por camisetas furadinhas, e os tecidos clássicos por versões high-tech. Gucci Na Gucci, Frida Giannini também se deixa levar pelo momento esportivo. Uma série de looks compostos por leggings ou versões futurista de calças de montaria, combinadas às camisetas e jaquetas de formas precisas, gráficas e ligeiramente oversized, elevam a combinação do activewear com alfaiataria à máxima potência. A principal novidade vem do contraponto superequilibrado entre os tecidos tecnológicos e o classicismos tão essencial à Gucci. Numa das melhores coleções da semana _e também numa das mais emblemáticas da carreira desta estilista_, Frida reveste de contemporaneidade o conceito do made in Italy. Unindo o artesanal ao industrial de maneira quase indissociável, ela valoriza o trabalho humano ao mesmo tempo em que se vale da tecnologia têxtil para dar às roupas apelo de consumo similar àqueles dos gadgets eletrônicos. _DAMAS DA NOITE Gucci A forte expansão do mercado masculino se deve, em parte, a crescente demanda vinda da China e outros países orientais. Cerca de 30% das vendas das marcas masculinas italianas são para chineses. Assim, não surpreende a forte influência da cultura oriental nesse segmento. Na Gucci, florias escuros _uma das principais estampas do verão 2014_ vêem diretamente do coração da Ásia. Reforçando o clima sombrio da temporada _possível reflexo das incerteza políticas e econômicas que assolam o mundo_, servem de contraponto à alta modernidade das peças esportivas com tecidos supertecnológicos. Prada Já na Prada, os motivos havaianos se revestem de significados perversos para subverter os clichês de roupas de férias ou simplesmente de tudo associado ao verão. Ao som de helicópteros, as camisas floridas combinadas a ternos algo 40’s (calças de modelagem ampla e caimento fluido e blazers de ombros definidos e abotoamento duplo) desfiladas entre as paredes com desenhos tropicais de coqueiros, sugeriam algo mais próximo de Apocalypse Now do que uma praia paradisíaca. _ECONOMIZE Bottega Veneta Formas simples e bastante objetivas, quase que brutas, entregam mensagens de fácil e rápida assimilação. Um dos melhores exemplos vem no verão 2014 da Bottega Veneta. Os ternos de silhueta 50’s e com os novamente atuais blazers de três botões, reforçam essa noção de economia tanto pela silhueta, quanto pela ausência quase que completa de adornos desnecessários. As únicas decorações ficavam por conta de traços brancos _às vezes com efeito trompe l’oeil_, que lembravam os traços de giz dos alfaiates, ou padronagens xadrez (outra forte tendência). Aqui, assim como em outras importantes coleções, as camisas também caem em desuso, sendo substituídas por camisetas, de construção bastante básicas, e formas amplas, quase geométricas. Jil Sander Longa adepta ao minimalismo, Jil Sander também reforça essa noção de um design simples, porém com extrema precisão e controle _salvo algumas estampas tipo paisley em laranja ácido e bermudas superamplas. Não por acaso, a coleção parecia justamente girar entorno da dicotomia de caos & controle. Exemplo máximo, vem nos blazers alongados, com camisetas num branco imaculado, combinados às estampas ou formas fluídas na parte de baixo.

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