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Dearest Regina Guerreiro faz aniversário hoje. Eu já a conhecia de vista desde meus primeiros tempos no jornalismo, no final dos anos 70, e ela já era uma autoridade na cena - extrapolava os limites da moda e pontificava como celebridade em nível nacional nos almoços concorridos do Rodeio - o equivalente hoje seria o Spot, lugar para ver e ser visto. Foi lá que a vi pela primeira vez: roupas extravagantes, óculos gigantes, cabeleira loura (sim, eu vi isso) e aquela gargalhada que não deixa ninguém indiferente. Mas fomos nos conhecer de verdade em um outro almoço, dessa vez no Maxim's carioca, no início dos anos 80. O placement me colocou ao lado dela, que demorou pra chegar, e eu tremi na base porque la Guerreiro... well, la Guerreiro sempre foi la Guerreiro. Resumo da ópera: caímos num papo firme e fomos os últimos a deixar o local, de pilequinho. Aí foram inúmeros encontros sociais pelos bailes da vida até eu ser convocado para fazer parte do staff Vogue, em 1988. Foi o início de uma parceria ótima que valeu por várias graduações universitárias e um PhD, não só na moda como na vida. Além do humor a prova de fogo, chuvas e trovoadas, Regina educou o meu olhar para o detalhe, o material, o caimento, o drapê, o paetê (que ela diz deliciosamente "paéte"), s rendas e os babados fortes da alta-costura ao prêt-à-porter. Lembro de um jantar no Honorabile Societá (casa agradável porém de existência fugas no império noturno de Ricardo Amaral), quando literalmente pedi um emprego para Costanza Pascolato na então recém lançada Elle Brasil. La Pascolato, com aquele seu ar de dama de filme de Visconti, me fuzilou: "Você quer trabalhar com moda ou trabalhar na Elle?". Eu (meio sem jeito): "Trabalhar com moda". "Então, querido, você não tem que falar comigo, tem que pedir um emprego para Regina Guerreiro, na Vogue, que é quem mais entende de moda no Brasil". Recado que eu só fui entender direito quando cai nos domínios da Rainha Guerreiro (alguns anos depois Regina me convidou pra ser o redator chefe, quando ela assumiu a direção de Elle). Well, de 1988 até hoje, não só tive o privilégio de trabalhar com a Rê (como todos nós, seus "filhinhos", a chamamos) como nos tornamos grandes amigos e partilhamos vivências, confidências (inclusive a meia-noite), viagens, alegrias, tristezas, amigos, desafetos, alguns arranca rabos, muito trabalho e outro tanto de gargalhadas, sempre. Porque Regina não é para os iniciantes ou os fracos. Há que se ter muita dedicação e jogo de cintura. Como ela mesma diz: "Não é assim uma coisa pra se encarar levianamente". Mas o aprendizado é sempre constante e o fascínio idem. Sou Reginista e não abro. Rê, Emoticon heart you, viu filhinha?
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