Pular para o conteúdo principal

xis


CHERRYNE
VOCE^ NEM IMAGINA
DEEP FM
JAZZ
Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
Memórias do Cárcere
Dois anos depois de ter sido preso, Edemar Cid Ferreira fala pela primeira vez, publicamente, sobre a vida na cadeia; diz que ela é um "depósito humano" e que as organizações criminosas têm, "no fundo, um objetivo social"
Joel Silva/Folha Imagem
Edemar em sua casa, no Morumbi
Ao chegar à cadeia de Guarulhos, em SP, no dia 26 de maio de 2006, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, condenado por crimes contra o sistema financeiro, recebeu papel higiênico, sabonete, material de limpeza e colchonete. Dormiu com 20 detentos numa cela onde só cabiam 11; dias depois, foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé; freqüentou cultos religiosos, fez amigos como o cabo Bruno e montou um presépio; 89 dias depois, por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), deixou a cadeia disposto a abrir uma ONG para ajudar os presos. Se aproximou de Nagashi Furukawa, o ex-secretário de Administração Penitenciária demitido na crise do PCC. E deu a ele um depoimento de dezenas de páginas sobre o que viveu dentro da prisão, onde diz ter presenciado "o máximo do desespero e do sofrimento que o espírito humano pode ter. Porque a partir daí é a morte".
Por quase dois anos, a coluna tentou ter acesso ao depoimento. Na semana passada, enfim, Edemar concordou em disponibilizá-lo. Abaixo, o resumo do diálogo dele com Nagashi (que escreve um livro com depoimentos de ex-presidiários) e da entrevista que deu à Folha sobre o assunto:
A CHEGADA
"Quando fui para lá [Centro de Detenção de Guarulhos], eu não sabia o que ia acontecer. O primeiro dia foi muito angustiante. Me deixaram na enfermaria por dois dias. Foi uma proteção. São 1.600 presos: como eles iriam reagir comigo? Foi uma maneira "friendly" de me colocar em contato com os outros detentos (...) Nunca senti temor físico. Você olha nos olhos de outro preso e vê que não há perigo. Você está ali pagando pelo que fez, pelo que não fez. Mas é igual a ele. E todos têm que se solidarizar."
A VIDA NA CADEIA
"Aí fui levado para a observação por dez dias (...) confinado, sem tomar sol, sem poder sair da cela. Esta cela tinha 12 camas, das quais só 11 podiam ser usadas, porque uma serve para uma espécie de guarda de alimentos. Nesse universo havia, em geral, o dobro de presos em relação às camas disponíveis. Às vezes o número é tão alto que nem no chão dá para dormir. Você tem que dividir as camas com outras pessoas, fazendo o que chamam de "valete': os presos deitam-se de forma invertida, como no valete das cartas, com os pés ao lado da cabeça do companheiro."
"[Durante o dia] As pessoas ficam sentadas no chão, outras ficam em pé, muitos lêem. Existe apenas um banheiro, com uma latrina de concreto. Essa latrina tem um buraco. Você senta de cócoras e faz as suas necessidades. Quem faz a higiene da cela são os próprios presos. E as celas são muito limpas porque ninguém quer conviver com a sujeira. Mas não dá para 20 pessoas limparem um banheiro. Então, em geral, os menos favorecidos, que recebem cigarro, comida, fazem esse serviço. Dois ou três limpam, dois lavam roupa, dois servem a comida. Eu não fazia nada, eu ficava lendo. Como recebia muitos alimentos da minha família, eu distribuía. Era o meu pagamento para eles."
"É importante entender que dentro da cela estão pessoas de vários níveis educacionais. Encontrei, por exemplo, o ex-prefeito de Macapá, por uma ou duas gestões, uma pessoa de nível, que morou nos EUA (...) ao lado de pessoas totalmente analfabetas. Nós convivíamos lá com três rapazes, um totalmente drogado, vivia com drogas, tinha inclusive uma deficiência física e não conseguia viver sem drogas, babava, expelia secreções pelo nariz, não conseguia falar, parecia um retardado."
OS LÍDERES
"Como acontece em uma mesa de baralho, a tendência é que as conversas se nivelem ao mais baixo nível da pessoa presente. Existe na cadeia uma igualdade de situação, ou seja, todos são iguais, não há mais rico, menos rico, mais culto ou menos culto. Na nossa cela havia um menino que nunca morou em uma casa. A última vez que dormiu numa casa tinha três anos. O resto do tempo viveu na rua. Então o nível se baixava a ele, porque se não fizesse isso, ele não conseguia falar, não conseguia ser entendido. Ao baixar o nível (...) começam a liderar normalmente três tipos que se igualam: o mais criminoso, mais feroz; o mais falante, inteligente e preparado; finalmente, o mais religioso. Essa liderança é importante para a sobrevivência, para que não haja tumulto na convivência daquelas vinte e poucas pessoas. São eles que definem quem deve fazer a limpeza, quem deve pegar a refeição, a distribuição dessa refeição, quem vai para a cama e quem dorme no chão, quem vai debaixo da cama, porque ali existe um pequeno espaço que precisa ser aproveitado. Essa liderança é natural. Não é imposta e é obedecida."
"Na cadeia, de um modo geral, quem manda é o preso. Não é o agente ou o diretor. Ali [na cela] o agente não entra, não opina. Só ficam fora e são chamados quando ocorre algo, como a presença de advogado para falar com alguém. O que ocorre no CDP de Guarulhos é que aquilo é um depósito humano. Não há como qualificar de outra forma: é um depósito humano, onde as pessoas estão confinadas de maneira pior que animais no zoológico."
"Não há o que fazer na prisão. O tempo não passa (...) E a conversa, pelo nível das pessoas, via de regra, só gira em torno de crimes. Eles têm necessidade de contar o que fizeram, dizem que se julgam inocentes, falam que há impunidade porque aos outros não aconteceu nada. Eles acham que estão pagando o pecado pelos outros e, enfim, o crime é o assunto do dia."
A FAMÍLIA
"Outro grande problema é a dificuldade enorme desses presos com a família que está fora. Como ele está preso e não trabalha, fica passando o tempo jogando cartas, dominó, conversando, sempre muito preocupado com a família. Não está preocupado com ele, que já se julga um lixo ali dentro. É o último dos homens. Agora ele está preocupado com o filho, se está comendo, se alimentando; com a mulher, se eventualmente não o está traindo, se prostituindo, para buscar dinheiro. Essa é a preocupação que assola o preso."
O CRIME ORGANIZADO
"E é nisso que nasce o crime organizado: o crime organizado nasce nos presídios onde tem depósito humano exatamente pela preocupação do preso em manter sua família viva aqui fora. Então eles organizam esquemas, uma forma de dar sustentabilidade à família. A organização acaba servindo os presos, aos seus familiares, dando proteção dentro e fora da cadeia. Essas organizações criminosas, como PCC, CRBC etc, têm no fundo um objetivo social. O crime não é o objetivo da organização, mas apenas meio para atingir o objetivo social."
"[Os dirigentes das organizações criminosas] São pessoas normais, são seres humanos preocupados com o preso e que protegem a própria cadeia. Porque eles fazem com que haja ordem lá dentro. Comunicam a direção do presídio quando alguém está doente, evitam confusões, rebeliões (...) Ao entrar um preso novo no regime de observação, ele é muito pesquisado (...) O [presidiário que é] chefe do raio, junto com dois ou mais auxiliares, vai falar com o preso que chegou e pergunta de onde ele é, qual seu bairro, quem são seus amigos. Daí ele sai perguntando aos mais antigos quem mora no mesmo bairro daquele preso; se aquela pessoa pertence à facção inimiga. O inquérito que fazem, de forma sumária e rápida, é rígido e eficiente. Quando descobrem o inimigo, não fazem nada contra ele: apenas avisam o diretor do presídio para removê-lo para outra penitenciária."
O TRABALHO
"A maneira de se combater esse crime organizado não é (...) com a polícia, matando, prendendo etc -não é nada disso. Isso não resolve absolutamente nada. Só instiga o problema. Isso se resolve dando uma condição correta ao preso e à sua família. E como é que se dá essa condição correta? Com uma palavra: trabalho. O preso tem que trabalhar e ganhar bem, tem que ser produtivo, para que se reeduque e entenda a função social da pena."
"A organização criminosa só existe em penitenciárias onde não há ressocialização. Em Tremembé, para onde fui transferido depois, não existe isso, seita, partido (...) Cada cela comporta duas ou quatro pessoas. É um presídio voltado à segurança de presos especiais, como justiceiros, ex-agentes penitenciários, ex-policiais etc. Lá todos trabalham. Criamos um grupo de estudos para ler a Bíblia (...) A religião é uma grande arma de resistência do preso. Quase todos os dias há rezas, as pessoas cantam e cantam. Todo dia tinha uma celebração, ou espírita, ou evangélica. Eu freqüentava todas. Para levar um padre católico lá é um sacrifício. Já os pastores fazem preleções aos sábados, aos domingos. A arte é outra maneira... o cabo Bruno [ex-policial e justiceiro, condenado por mais de 50 mortes], por exemplo, pintava, desenhava."
"Havia ainda salas de aula para alfabetização. Não há superpopulação. Ninguém está dormindo no chão. Tem campo de futebol, lugar para jogar bocha, malha, voleibol, uma sala de ginástica com equipamentos que eles mesmo fabricaram (...) Os visitantes têm um carinho especial pelo local, inclusive há um ambiente adequado para visitas íntimas, como se fosse um motel (...) É preciso entender que a cadeia é um instrumento de ressocialização do criminoso. E aquelas condições são as mínimas necessárias para se ter sucesso nesse processo de ressocialização."
A ONG
"O governo pode dar incentivo para que sejam criadas indústrias dentro dos presídios. O preso ganharia um salário para proteger a sua família e isso quebraria o círculo vicioso das organizações criminosas. A indústria não pagaria imposto, água, energia. Vivi uma experiência amarga, mas rica do ponto de vista do entendimento. Quando saí da prisão, criei uma ONG e cheguei a pensar em levar uma indústria para o presídio de Sorocaba. Acabei parando por causa das demandas meus próprios processos."
"Há uma barreira intelectual e social no Brasil: presídio não é assunto para uma roda social. O que as pessoas discutem é: mata ou não mata. Esse fosso entre a sociedade e o preso é extremamente perigoso. O sistema é reciclável. O criminoso vai e volta, vai e volta, e cada vez aumenta mais."
Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta
Próximo Texto: Alice na cidade
Índice
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICKNOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into five figures. No, boozy brunches aren’t new. Inspired by the daytime debauchery on Pampelonne Beach in St.-Tropez, where jet-setters arrive by Ferrari and yacht, early iterations began at Le Bilboquet on the Upper East Side in the early ’90s, and spread to meatpacking district flashpoints like Bagatelle and Merkato 55 in 2008. But more recently, these brunches have been supersized, moving from smaller lounges to brassy nightclubs like Lavo and Ajna. The party blog Guest of a Guest has taken to calling it the “Battle of the Brunches.” “Not everyone gets to run to the beach or jump on a plane,” said Noah Tepperberg, an owner of Lavo in Midtown, which started its brunch party a year ago. “If you want to leave your house on the weekend, brunch fills that void.” On a recent Saturday, Mr. Tepperberg stood in Lavo’s basement kitchen, surrounded by meat slicers and employees readying confectionary “poison apples” for a Halloween party for a pre-split Kim Kardashian. Upstairs, patrons in costumes danced atop tables and chairs, bobbing to the carnival syncopation of Jay-Z and Kanye West’s “Paris.” Confetti and blasts of fog filled the air. Continue reading the main story Related Coverage slideshow The Brunch Party Takes Over Clubs NOV. 16, 2011 Advertisement Continue reading the main story It was 3 p.m. “People walk in and say, ‘I can’t believe this is going on right now,’ ” Mr. Tepperberg said. The brunch bacchanalia shows no sign of running dry. The Mondrian SoHo is starting Scene Sundays this month at its Imperial No. Nine restaurant. In Las Vegas, the original Lavo started a Champagne brunch a few weeks ago. Similar affairs have bubbled up in Boston, Los Angeles and Washington. For those looking to replicate the formula, here’s a guide to some of New York’s frothiest. Day and Night Ajna Bar (25 Little West 12th Street, dayandnightnyc.com); Saturday, noon to 6 p.m. This extravagant French-themed party landed in October at Ajna Bar in the meatpacking district, after dousing the Hamptons, Art Basel in Miami and the Oak Room in the Plaza Hotel with rosé. Beneath an industrial skylight and fluttering flags from the United Kingdom, France and Israel, well-heeled patrons pumped their fists and posed for purse-lipped Facebook photos, racking up huge tabs every Saturday. “I understand there’s a lot of people out there going through hard times,” said Daniel Koch, the promoter who helped start the Day and Night parties at Merkato 55. “But what you want to do with your money is your business.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES “If you’ve been sprayed with Champagne, make some noise!” a hype man will shout between piercing dance tracks from Robyn, Calvin Harris and Oasis. Dancers in orange bathing suits will emerge; pipes will blast jets of fog. In a dangerously drunken take on a bar mitzvah ritual, a man spooning dessert out of a giant bowl will be seated on a chair and lifted high into the air by his cronies. BRUNCH SET Club-savvy guests seem piped in from Miami, Monaco and Merrill Lynch. “I’m from the South, so drinking during the day is not new to me,” said a woman who wore a Diane Von Furstenberg dress but not the necessary wristband to enter the V.I.P. area. Outside, near a black Aston Martin coupe, a young man wearing paint on his face and sunglasses delved into socioeconomics. “We’re the 1 percent,” he said to a woman, matter of factly. THE BUFFET The Nutella-stuffed croissants ($12) cater to Europeans, while a gimmicky $2,500 ostrich egg omelet (with foie gras, lobster, truffle, caviar and a magnum of Dom Perignon) is for aspiring Marie Antoinettes. Champagne bottles start at $500; packages with several bottles of liquor and mixers for mojitos or bellinis are $1,000. The check can be sobering. “You didn’t look at the price of the Dom bottle!” a man barked into his iPhone, to a friend who apparently ditched before paying. “It’s $700!” STILL-HOT ACCESSORY Slatted “shutter shades” live on at Day and Night. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Lavo Champagne Brunch Lavo (39 East 58th Street, lavony.com); Saturday, 2 to 6:30 p.m. Smog guns. Confetti cannons. Piñatas. Masked masseuses. Dancers in Daisy Duke shorts (some on stilts, obviously). Since last November, this Italian restaurant has roiled with the energy and pageantry of Mardi Gras. At the recent Halloween party, Slick Rick, an old-school rapper with an eye patch and glinting ropes of jewelry, lethargically performed several ’80s hits. Some of the younger “Black Swans” in attendance were unsure of his identity. “Is he big in London?” asked an Australian woman wearing a top hat. SIGNAL TO DANCE ON TABLES Caffeinated anthems like Pitbull’s “Hey Baby” and Roscoe Dash’s “All the Way Turnt Up” are accentuated by processions of bouncers carrying women above them in tubs, like Cleopatra on a palanquin. Polenta pancakes taking up precious square footage? Just kick them aside with your stilettos. Newsletter Sign Up Continue reading the main story Open Thread Newsletter A look from across the New York Times at the forces that shape the dress codes we share, with Vanessa Friedman as your personal shopper. You agree to receive occasional updates and special offers for The New York Times's products and services. See Sample Privacy Policy Opt out or contact us anytime BRUNCH SET Share Champagne spritzers with willowy model types and inheritors of wealth. The scrum on an October afternoon included the son of a Mongolian dignitary, six scions of Mexican plutocracy wearing novelty somberos, and at least one supermodel. “She’s everywhere,” said Mr. Tepperberg, as the nymph, whose name he couldn’t remember, disappeared into the jungle of merriment. THE BUFFET With the emphasis on tabletop dancing, Italian trattoria offerings (margherita pizzas for $21, and lemon ricotta waffles for $19) are often abandoned underfoot and sprinkled with confetti. Proving alcohol reigns supreme here, ice buckets are carefully shielded with napkins. Bottle service rules: Moët Brut is $195 and liquor starts at $295. Balthazar and Nebuchadnezzar sizes surge toward the $10,000 mark. RISKY ROSé Alcohol and high-altitude dancing can be perilous: there was a brief hullabaloo in one corner when several women took a tumble. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Eat Yo Brunch Yotel (570 10th Avenue, yotel.com); Sunday, 11 a.m. to 4 p.m. If spending thousands of dollars makes your stomach turn, this newish party at Yotel is more easily digested. This affably cartoonish affair, held at the space-age hotel in Hell’s Kitchen with the design aesthetics of a Pokémon, draws a gay-friendly crowd lured northward by Patrick Duffy, a promoter. “There’s a lot of pressure in night life,” Mr. Duffy said. “But I feel like Sunday is a comedown. It doesn’t have to be perfect.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES These connoisseurs of brunch wear designer shoes too stylish for tromping atop omelets. With a D.J. spinning dance tracks from LeLe and Earth, Wind & Fire, guests sip bellinis at the bar or banter at long communal tables. The performers are looser. One afternoon, Roxy Cottontail, a pink-haired promoter, vamped around the sunken dining area with a microphone. “Don’t make kitty pounce,” she rapped, before climbing atop a table. BRUNCH SET Clusters of trim men wear leather motorcycle jackets or shroud themselves in patterned scarves. “It’s an eclectic, downtown vibe,” Ms. Cottontail said. “We have the most fabulous gays in New York City.” When a platinum-blond waiter in skintight jeans pranced in front of a wall decorated with pictures of sumo wrestlers riding Japanese carp, it seemed straight from an anime cell. THE BUFFET For an egalitarian $35, patrons receive unlimited grub — options include chilaquiles, halibut sliders and seaweed salad — and a two-hour window of boozing. “It’s not bougie,” said Mr. Duffy, who bounded across the room hugging guests and hand-delivering shots. “You could be a poor, starving artist or someone that doesn’t take a client for under $20 million.” COLOR CODE Wear purple if you hope to be camouflaged by the staff outfits, chairs and ceilings. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? No. Sunset Saturdays PH-D Rooftop Lounge at Dream Downtown (355 West 16th Street, dreamdowntown.com); Saturday, 5:30 to 10 p.m. Despite a happy hour time slot, this sunset party atop the Dream Downtown hotel is not for pre-gaming. After funneling in brunch crowds from elsewhere, 8 p.m. has the frenzied atmosphere and intoxication of 2 a.m. The offbeat timing may deter conventional weekend warriors. “No matter how cool the place, some people feel Friday and Saturday nights are for amateurs,” said Matt Strauss, a manager of PH-D. “We’re not for amateurs.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES The D.J. rapid-fires through tracks from C+C Music Factory, LMFAO and Rick Ross, but booze-lubricated guests scramble on couches with little hesitation. Those grappling with bursts of existential angst after six hours of brunch can gaze pensively at the spectacular views of Midtown Manhattan. BRUNCH SET Attractive women and affluent men knot around tables; hotel guests gawk from the bar. On a recent Saturday, Mark Wahlberg danced with a few friends, and David Lee, a former New York Knick, enjoyed downtime provided by the N.B.A. lockout. “We saw an angle,” said Matt Assante, a promoter. “People spend more money than at nighttime.” THE BUFFET Brunch is thankfully over, but crispy calamari ($17) and guacamole ($12) could constitute a light dinner. A bottle of Veuve Clicquot is $475. Cîroc vodka is $450. Cocktails like the Cloud Nine (Beefeater gin, Campari, grapefruit) are $18; a Bud Light is $10. WINDING DOWN After the rigors of daylong gorging, relax with the help of an on-site masseuse. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Obviously.

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICK NOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into fiv

Keni Burke - Risin' To The Top (Dj "S" Bootleg Bonus Beat Extended Re-Mix)

The White Lamp - It's You (Ron Basejam remix)