Pular para o conteúdo principal

"FFWMAG" 39: Erika Palomino fala sobre novo momento, moda e blogs

Por Carolina Vasone
erika-palomino-entrevista-ffwmag
ERIKA PALOMINO ©VIVI BACCO
Olhar para a frente sempre foi a especialidade de Erika Palomino. Há 27 anos, quando começou a carreira na “Folha de S.Paulo”, ela já cavava espaço no futuro ao escrever sobre as novidades da música eletrônica na coluna “Noite Ilustrada”. Quando os desfiles ainda aconteciam dentro das boates, enxergou na escuridão da pista de dança e no corpo de uma drag queen o talento de Alexandre Herchcovitch. E seguiu se estabelecendo como importante crítica de moda para, depois de 17 anos na Folha, migrar para o promissor e desconhecido universo da internet. O projeto incluía um site, uma revista conceitual (“Key”) e um espaço de eventos culturais em parceria com grandes marcas. Um modelo de negócios tão atual quanto criticado à época. Um dos preços a ser pago quando se tem espírito vanguardista.
“Tenho obsessão pelo novo, quero fazer algo diferente. Para fazer mais do mesmo, não tenho vontade.” A frase, dita de várias maneiras ao longo de duas horas de conversa no apartamento de Erika, perto da Avenida Paulista, revela muito de sua personalidade e explica bastante sua trajetória, incluindo a saída do último projeto, a direção criativa da edição brasileira da revista “L’Officiel”.
A seguir, a jornalista abre o jogo – de maneira clara e sem rodeios – sobre o que pensa da crítica e do jornalismo de moda atual, do mercado editorial e dos jovens estilistas brasileiros.
Por que você saiu da “L’Officiel”?
Acredito em ciclos, foram três anos. Como escorpiana, sou bem ciclotímica. Nesses últimos tempos, estava com muitas atribuições: além das dez edições por ano da “L’Officiel” feminina, tinha a revista masculina, a de viagem, a revista do [hotel] Unique. Cuidava de tudo como diretora de redação, publisher, pensando no produto inteiro, não só na pauta, mas na parte comercial. O projeto foi andando para outro lado e chegou uma hora em que ficou incompatível, tanto do que eu queria quanto do que eles queriam.
Como você vê o mercado editorial hoje?
Vejo com um pouco de tristeza o que está acontecendo no mercado editorial brasileiro. Não só porque as revistas estão muito burocratizadas, mas porque às vezes você vê uma revista fazendo uma capa diferente, ousando, correndo o risco de errar, e todas as pessoas do mercado falam “que uó, que capa feia, que fonte é essa?”. Gente, pelo menos estão tentando, tem alguém tentando fazer algo diferente numa estrutura que já está estabelecida. Eu prefiro correr riscos, pessoas que correm riscos. Acho bacana. E outra coisa também é essa falta de grana generalizada e que aí fica todo mundo se matando, tem as marcas internacionais que anunciam, mas a marcas nacionais não têm verba para anunciar, as que têm verba não são as mais bacanas. Então, esse é um momento bem ruim para o mercado editorial, e não era esse o momento quando eu entrei, há três anos. Há essa onda de caretice e conservadorismo que acaba contaminando as pessoas que são criativas. Hoje, o mercado brasileiro não está preparado para produtos diferentes, produtos incríveis. Não tem um tipo de leitor que absorva isso.
Ao que você credita isso? Será por causa da internet, que mudou o jeito como se comunica a moda, e aí as revistas se enfraqueceram? De onde vem a caretice do mercado atual?
Tem um pouco de para quem você está falando, tem essa questão da expectativa dessas pessoas em relação ao produto revista. Tem os custos, é muito caro, tem um processo gráfico industrial que eleva os custos da produção da revista lá para cima.
Mas isso sempre teve, né? As revistas sempre custaram caro e os leitores sempre estiveram lá…
Esse quadro. Do outro lado você tem um consumo de moda e de informação de moda que circula no seu telefone, não é nem na internet, no computador, que é muito rápido: é quase como se fosse o fast fashion da informação. E é aquele processo de “instagramização” do mundo e que, na moda, funcionou muito bem. É um veículo muito adequado para a moda: é rápido, de consumo instantâneo. Lida com algo muito presente na moda, que é o ego: com quem você está, onde está, o que está vestindo e se você passou férias num lugar mais legal do que os seus followers ou amigos. E você consome na velocidade de um scroll, com esse nível de superficialidade. Então, a moda, que antes era o “império do efêmero”, como disse o Gilles Lipovetsky [no livro homônimo], passou a ser o “império do superficial”. A efemeridade não é o problema da moda, porque moda muda o tempo inteiro, mas essa coisa da superfície é que me preocupa um pouco. Hoje em dia as marcas, os estilistas, têm que criar eventos que possam ser postados.
Dentro desse cenário, ainda há espaço para a crítica de moda?
Cada vez que você abre o Instagram, a crítica de moda se torna menos relevante. As resenhas e os textos publicados por veículos independentes, como os jornais, por exemplo, ou mesmo sites, perderam importância diante de meninas de sociedade que têm dinheiro para comprar tudo ou ganham e são pagas para vestir aquilo. Aí, é um festival de look do dia, de “olha minha sandalinha #nãoseioquê que estou usando hoje, gente”. E você olha o número de gente que segue essas pessoas, é gigantesco. Eu acho essa coisa do look do dia péssima, não sei. Tem essa “bloguerização” da moda. Gente, a pessoa vai lá, produz cinco looks, chama um fotógrafo profissional que faz fotos dela fingindo que está atravessando a rua, ela publica, e todo mundo diz: “Ai, que lindo, fulano, adorei!”. Fica tão pueril, infantil, adolescente, que eu acho uma loucura. E é uma mudança dos tempos. Eu sigo algumas blogueiras. Depois de um tempo, eu paro, porque canso. Tem algumas com quem eu simpatizo mais, outras menos. Acho que vão ficar as melhores, as mais legais.
Quem mais você gosta de ler?
Moda é muito “janela”, você precisa ter visto coisas e estudado coisas, ter ficado ali com o cotovelo (apoiado na janela), nem que seja de longe, mas precisa ter observado muito para poder emitir uma opinião a ser considerada. Em termos de jornalismo de moda, acho que você tem informação trabalhada de uma maneira bem bacana em veículos como o Business of Fashion, que é um site excelente, e “WWD”, dos quais a indústria se alimenta bastante. Existem esses sites que trazem ideias mais frescas, tipo o Nowness. E leio muito o jornal “The New York Times”, que informa você sobre tudo, acho impressionante o trabalho deles.
O jornalismo de moda está entre os seus planos de 2015?
Olha, não quer dizer que eu nunca mais volte para uma redação, mas neste ano não volto. Eu não faço só o que eu quero, mas me permito não fazer o que não quero. Em 2015, a Melissa faz 35 anos. Então, tem muita coisa na marca acontecendo e estou cuidando desses grandes projetos. Sou consultora da grife há 14 anos, faço desde as viagens internacionais do mood macro até propor os temas das coleções, parcerias com estilistas e artistas. Digo que sou uma palpiteira profissional. Tenho vontade de fazer um livro novo, mas isso só para depois de setembro, porque até lá estou ocupada com a Melissa. Até uma revista eu tenho vontade de lançar. Com algumas pessoas com quem trabalhei foi muito legal, e tenho vontade de trabalhar de novo, numa estrutura em que esse conceito caiba.
Você descobriu o Herchcovitch num tempo em que não tinha assessoria, Instagram, Facebook. Você acha que é possível descobrir um Herchcovitch hoje?
Só se houver mais investimento de tempo. As redações funcionam muito no botão de checar se entrou algum e-mail. Acho um grande erro o jornalismo de release. Eu leio release, presto atenção em release, mas nem sempre sua grande pauta vai sair de um refresh da caixa de e-mail. As pessoas que empregam os jornalistas querem ficar olhando para a cara do jornalista na redação. Se a pessoa não está ali sentada parece que não está trabalhando. Lugar de jornalista é na rua. Não quero ver a cara da pessoa, se não confio nela o suficiente para achar que ela pode não estar trabalhando, é porque não serve para trabalhar comigo. Quero a pessoa indo a festas, a lugares que eu não vou, onde não estou. Acredito num tipo de informação que flua, que você chegue para mim e diga: “Nossa, você não vai acreditar, vi um filme neste fim de semana x, y, z”. Aí, posso me interessar, ver o filme ou ficar com aquela informação e transformá-la em outra coisa. Hoje, não temos mais esse tempo. Outra coisa que acho que é mais dramática do que a própria situação do jornalismo de moda é o excesso de evento, de abertura de loja, de almoço de relacionamento que você tem que fazer, de cafezinho que você tem que tomar. É diferente de você andar, dar um rolê e descobrir algo novo. Se é assim que você vai descobrir uma nova coisa? Talvez sim, talvez não. Mas do mesmo jeito que estou indo, o veículo concorrente também. Não dá para ir a todos esses eventos. Isso está matando o jornalismo de moda, porque os jornalistas precisam trabalhar!
Assim como para a comunicação de moda, os tempos para a criação de moda são outros. Com essa exigência pela velocidade de produção de coleções, dá para ser criativo, dá para ser inovador?
Dá para fazer coisas legais a cada momento. Se dá para revolucionar o mundo a cada temporada? Não. A cada coleção Cruise? Não. A cada pré-coleção? Não. Mas dá para construir uma história dentro disso, sim. O preço que se paga é muito alto, é muito penoso, a exigência é extrema, interna e externamente, e a gente tem todos esses exemplos aí, tanto no Brasil como no mundo. Fazer moda é difícil.
Você foi por muito tempo a pessoa mais influente da moda no Brasil. Você sente falta disso, de dar sua opinião?
Não sinto falta de nada, não tenho nostalgia, as pessoas ficam: “Ah, puxa, sinto tanta falta da sua coluna, era tão legal, né?”. É. “Nossa, o seu site era o máximo, tão legal, né?” É. “A Key, o que você fazia era tão incrível!” É, era incrível. “Aquela festa, uma vez, que você fez no Rio, foi o máximo!” Sim, foi o máximo. Às vezes me perguntam: “Mas por que você não volta com o site?”. Gente, porque são outros tempos. “Por que não volta com o podcast?” As coisas têm um tempo, existem naquele momento. Também não adianta fazer as coisas antes, porque o projeto da House of Palomino, ele era tão, mas tão moderno, que ele estava antes do tempo.
Isso de estar antes do tempo é muito uma característica da vanguarda. Qual preço você acha que paga por isso?
O preço é você ter um compromisso de fazer coisas que nunca foram feitas. Tenho obsessão pelo novo. Ele me seduz em qualquer ambiente. E acho que é por isso que eu gosto tanto de moda: é o exercício de buscar o novo onde não tem mais de onde aparecer. Para mim, interessa o novo na arquitetura, é por isso que gosto de arte, que comecei a me interessar por música eletrônica: primeiro veio o house, depois o techno, eram fronteiras que estavam sendo desbravadas a todo tempo. Por isso gosto de tecnologia, porque a cada momento aparece um aplicativo mais engraçado e fácil de se comunicar, programas novos, tudo novo. Tendo esse compromisso, gosto de fazer coisas que nunca fiz. Quando quis sair da Folha, as pessoas falaram: “Você é louca, deixar esse posto, esse cargo, você está aí há 17 anos, numa empresa como essa”. Gente, meu ciclo já fechou, eu já fiz tudo o que queria fazer aqui, não tenho mais como crescer horizontalmente, verticalmente. Sentia que precisava fazer outra coisa, não queria me transformar em móveis e utensílios do jornal. Prefiro deixar saudades do que encher o saco.
Houve uma época em que você foi bem observada.
Ah, você estava falando: “As pessoas te criticavam na House”. Eu sempre fui criticada, sempre. Porque também não tem como eu passar despercebida. Qualquer movimento que eu faça, balança a água.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICKNOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into five figures. No, boozy brunches aren’t new. Inspired by the daytime debauchery on Pampelonne Beach in St.-Tropez, where jet-setters arrive by Ferrari and yacht, early iterations began at Le Bilboquet on the Upper East Side in the early ’90s, and spread to meatpacking district flashpoints like Bagatelle and Merkato 55 in 2008. But more recently, these brunches have been supersized, moving from smaller lounges to brassy nightclubs like Lavo and Ajna. The party blog Guest of a Guest has taken to calling it the “Battle of the Brunches.” “Not everyone gets to run to the beach or jump on a plane,” said Noah Tepperberg, an owner of Lavo in Midtown, which started its brunch party a year ago. “If you want to leave your house on the weekend, brunch fills that void.” On a recent Saturday, Mr. Tepperberg stood in Lavo’s basement kitchen, surrounded by meat slicers and employees readying confectionary “poison apples” for a Halloween party for a pre-split Kim Kardashian. Upstairs, patrons in costumes danced atop tables and chairs, bobbing to the carnival syncopation of Jay-Z and Kanye West’s “Paris.” Confetti and blasts of fog filled the air. Continue reading the main story Related Coverage slideshow The Brunch Party Takes Over Clubs NOV. 16, 2011 Advertisement Continue reading the main story It was 3 p.m. “People walk in and say, ‘I can’t believe this is going on right now,’ ” Mr. Tepperberg said. The brunch bacchanalia shows no sign of running dry. The Mondrian SoHo is starting Scene Sundays this month at its Imperial No. Nine restaurant. In Las Vegas, the original Lavo started a Champagne brunch a few weeks ago. Similar affairs have bubbled up in Boston, Los Angeles and Washington. For those looking to replicate the formula, here’s a guide to some of New York’s frothiest. Day and Night Ajna Bar (25 Little West 12th Street, dayandnightnyc.com); Saturday, noon to 6 p.m. This extravagant French-themed party landed in October at Ajna Bar in the meatpacking district, after dousing the Hamptons, Art Basel in Miami and the Oak Room in the Plaza Hotel with rosé. Beneath an industrial skylight and fluttering flags from the United Kingdom, France and Israel, well-heeled patrons pumped their fists and posed for purse-lipped Facebook photos, racking up huge tabs every Saturday. “I understand there’s a lot of people out there going through hard times,” said Daniel Koch, the promoter who helped start the Day and Night parties at Merkato 55. “But what you want to do with your money is your business.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES “If you’ve been sprayed with Champagne, make some noise!” a hype man will shout between piercing dance tracks from Robyn, Calvin Harris and Oasis. Dancers in orange bathing suits will emerge; pipes will blast jets of fog. In a dangerously drunken take on a bar mitzvah ritual, a man spooning dessert out of a giant bowl will be seated on a chair and lifted high into the air by his cronies. BRUNCH SET Club-savvy guests seem piped in from Miami, Monaco and Merrill Lynch. “I’m from the South, so drinking during the day is not new to me,” said a woman who wore a Diane Von Furstenberg dress but not the necessary wristband to enter the V.I.P. area. Outside, near a black Aston Martin coupe, a young man wearing paint on his face and sunglasses delved into socioeconomics. “We’re the 1 percent,” he said to a woman, matter of factly. THE BUFFET The Nutella-stuffed croissants ($12) cater to Europeans, while a gimmicky $2,500 ostrich egg omelet (with foie gras, lobster, truffle, caviar and a magnum of Dom Perignon) is for aspiring Marie Antoinettes. Champagne bottles start at $500; packages with several bottles of liquor and mixers for mojitos or bellinis are $1,000. The check can be sobering. “You didn’t look at the price of the Dom bottle!” a man barked into his iPhone, to a friend who apparently ditched before paying. “It’s $700!” STILL-HOT ACCESSORY Slatted “shutter shades” live on at Day and Night. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Lavo Champagne Brunch Lavo (39 East 58th Street, lavony.com); Saturday, 2 to 6:30 p.m. Smog guns. Confetti cannons. Piñatas. Masked masseuses. Dancers in Daisy Duke shorts (some on stilts, obviously). Since last November, this Italian restaurant has roiled with the energy and pageantry of Mardi Gras. At the recent Halloween party, Slick Rick, an old-school rapper with an eye patch and glinting ropes of jewelry, lethargically performed several ’80s hits. Some of the younger “Black Swans” in attendance were unsure of his identity. “Is he big in London?” asked an Australian woman wearing a top hat. SIGNAL TO DANCE ON TABLES Caffeinated anthems like Pitbull’s “Hey Baby” and Roscoe Dash’s “All the Way Turnt Up” are accentuated by processions of bouncers carrying women above them in tubs, like Cleopatra on a palanquin. Polenta pancakes taking up precious square footage? Just kick them aside with your stilettos. Newsletter Sign Up Continue reading the main story Open Thread Newsletter A look from across the New York Times at the forces that shape the dress codes we share, with Vanessa Friedman as your personal shopper. You agree to receive occasional updates and special offers for The New York Times's products and services. See Sample Privacy Policy Opt out or contact us anytime BRUNCH SET Share Champagne spritzers with willowy model types and inheritors of wealth. The scrum on an October afternoon included the son of a Mongolian dignitary, six scions of Mexican plutocracy wearing novelty somberos, and at least one supermodel. “She’s everywhere,” said Mr. Tepperberg, as the nymph, whose name he couldn’t remember, disappeared into the jungle of merriment. THE BUFFET With the emphasis on tabletop dancing, Italian trattoria offerings (margherita pizzas for $21, and lemon ricotta waffles for $19) are often abandoned underfoot and sprinkled with confetti. Proving alcohol reigns supreme here, ice buckets are carefully shielded with napkins. Bottle service rules: Moët Brut is $195 and liquor starts at $295. Balthazar and Nebuchadnezzar sizes surge toward the $10,000 mark. RISKY ROSé Alcohol and high-altitude dancing can be perilous: there was a brief hullabaloo in one corner when several women took a tumble. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Eat Yo Brunch Yotel (570 10th Avenue, yotel.com); Sunday, 11 a.m. to 4 p.m. If spending thousands of dollars makes your stomach turn, this newish party at Yotel is more easily digested. This affably cartoonish affair, held at the space-age hotel in Hell’s Kitchen with the design aesthetics of a Pokémon, draws a gay-friendly crowd lured northward by Patrick Duffy, a promoter. “There’s a lot of pressure in night life,” Mr. Duffy said. “But I feel like Sunday is a comedown. It doesn’t have to be perfect.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES These connoisseurs of brunch wear designer shoes too stylish for tromping atop omelets. With a D.J. spinning dance tracks from LeLe and Earth, Wind & Fire, guests sip bellinis at the bar or banter at long communal tables. The performers are looser. One afternoon, Roxy Cottontail, a pink-haired promoter, vamped around the sunken dining area with a microphone. “Don’t make kitty pounce,” she rapped, before climbing atop a table. BRUNCH SET Clusters of trim men wear leather motorcycle jackets or shroud themselves in patterned scarves. “It’s an eclectic, downtown vibe,” Ms. Cottontail said. “We have the most fabulous gays in New York City.” When a platinum-blond waiter in skintight jeans pranced in front of a wall decorated with pictures of sumo wrestlers riding Japanese carp, it seemed straight from an anime cell. THE BUFFET For an egalitarian $35, patrons receive unlimited grub — options include chilaquiles, halibut sliders and seaweed salad — and a two-hour window of boozing. “It’s not bougie,” said Mr. Duffy, who bounded across the room hugging guests and hand-delivering shots. “You could be a poor, starving artist or someone that doesn’t take a client for under $20 million.” COLOR CODE Wear purple if you hope to be camouflaged by the staff outfits, chairs and ceilings. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? No. Sunset Saturdays PH-D Rooftop Lounge at Dream Downtown (355 West 16th Street, dreamdowntown.com); Saturday, 5:30 to 10 p.m. Despite a happy hour time slot, this sunset party atop the Dream Downtown hotel is not for pre-gaming. After funneling in brunch crowds from elsewhere, 8 p.m. has the frenzied atmosphere and intoxication of 2 a.m. The offbeat timing may deter conventional weekend warriors. “No matter how cool the place, some people feel Friday and Saturday nights are for amateurs,” said Matt Strauss, a manager of PH-D. “We’re not for amateurs.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES The D.J. rapid-fires through tracks from C+C Music Factory, LMFAO and Rick Ross, but booze-lubricated guests scramble on couches with little hesitation. Those grappling with bursts of existential angst after six hours of brunch can gaze pensively at the spectacular views of Midtown Manhattan. BRUNCH SET Attractive women and affluent men knot around tables; hotel guests gawk from the bar. On a recent Saturday, Mark Wahlberg danced with a few friends, and David Lee, a former New York Knick, enjoyed downtime provided by the N.B.A. lockout. “We saw an angle,” said Matt Assante, a promoter. “People spend more money than at nighttime.” THE BUFFET Brunch is thankfully over, but crispy calamari ($17) and guacamole ($12) could constitute a light dinner. A bottle of Veuve Clicquot is $475. Cîroc vodka is $450. Cocktails like the Cloud Nine (Beefeater gin, Campari, grapefruit) are $18; a Bud Light is $10. WINDING DOWN After the rigors of daylong gorging, relax with the help of an on-site masseuse. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Obviously.

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICK NOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into fiv

Keni Burke - Risin' To The Top (Dj "S" Bootleg Bonus Beat Extended Re-Mix)

The White Lamp - It's You (Ron Basejam remix)