Pular para o conteúdo principal

VALOR ECONO^MICO


Do pasto ao prato, governo tenta rastrear o bife


As bases da operação lembram as da moratória da soja, que desde 2006 envolve produtores e exportadores de grãos no compromisso de não comercializar soja de áreas desmatadas da Amazônia e que foi costurada por ONGs como o Greenpeace.

Olhe bem para o bife que está no prato à sua frente. E agora responda a pergunta: será que ele contribuiu para o desmatamento da Amazônia? Resposta certeira a esta questão, hoje, ninguém tem. Mas pode ter em 45 dias, se o plano que está em gestação no Ministério do Meio Ambiente (MMA) e em execução pelo Ibama, com frentes disseminadas por Estados e costuradas por algumas ONGs, der resultado. Está em curso uma espécie de "moratória da carne".
As bases da operação lembram as da moratória da soja, que desde 2006 envolve produtores e exportadores de grãos no compromisso de não comercializar soja de áreas desmatadas da Amazônia e que foi costurada por ONGs como o Greenpeace. No caso da carne, a história é mais difusa e o setor, mais complicado. O Brasil é o maior exportador do mundo, o quarto mercado consumidor e a pecuarização da Amazônia, nos últimos cinco anos, acontece com vigor nunca visto antes.
No início de setembro termina o prazo dado pelo Ibama a 86 frigoríficos que atuam na Amazônia Legal e que foram notificados a dizerem de quem compram bois e para quem vendem carne. A estratégia é monitorar a cadeia produtiva pelo miolo. Os frigoríficos terão que dar informações relativas aos seus fornecedores, à periodicidade com que recebem a carne, compras e vendas dos últimos seis meses. Neste rastreamento constarão nomes de produtores e de propriedades, o total de animais comprado de cada fornecedor, o número das Guias de Transporte Animal (GTAs) emitidas no semestre. "Entregamos em mãos as notificações aos frigoríficos para que vejam que estamos preocupados com o tema e que vamos cobrar", diz Flavio Montiel, diretor de proteção ambiental do Ibama. "Queremos rastrear como se dá a movimentação bovina dentro da Amazônia."
Em paralelo, o Ministério da Agricultura está informatizando todo o cadastro de produção bovina no país, que ainda hoje está 99% em papel. A previsão é ter detalhes online sobre os bois em seis meses. Outra iniciativa digital é montar um sistema que permita consulta pública, no site do Ibama, das áreas embargadas pelo órgão. A idéia é que seja fácil descobrir se a carne que o frigorífico está comprando vem de área desmatada e irregular. Até porque a lei é clara: quem compra de área embargada sofre penalidade em dobro. De janeiro a junho, o Ibama embargou 360 mil hectares na Amazônia e a expectativa é que sejam 800 mil hectares até o fim do ano.
A estratégia do governo de dar nome aos bois tem outra vertente. Busca recadastrar propriedades rurais no Incra para descobrir de onde vem o gado - se pasta em propriedade titulada ou em terra pública grilada. O processo de recadastramento caminha devagar, mas é a base para que produtores rurais atendam ao que foi definido no decreto 6321, de dezembro de 2007, e consigam renovar seu Certificado de Cadastro de Imóvel Rural, o CCIR. Para o MMA, é a peça que indica quem é dono do quê na Amazônia. No caso dos elos da carne, identifica a produção. "Trabalhamos agora dois pontos da cadeia, junto do produtor e do frigorífico", explica Montiel. "Não tem como parar este processo. O Ibama virou peão boiadeiro."
Não está sozinho no processo. Há movimentações estaduais, como no Pará. O Estado busca regularizar passivos ambientais, enquadra na discussão a cadeia produtiva da carne e tem a ajuda de ONGs como The Nature Conservancy. Este mês, o secretário de meio ambiente do Estado, Valmir Gabriel Ortega, reuniu-se com representantes de quatro grandes frigoríficos com presença no Estado. "Queremos ver como criar uma agenda de diálogo", adiantou.
Na esfera federal, a programação prevê reuniões entre o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, representantes das principais redes de supermercados e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Já está em estudos a minuta de um protocolo de compromisso entre as partes. "A idéia é que indústria e comércio entrem com suas ações de responsabilidade socioambiental e possam separar o joio do trigo", diz Montiel.
É a primeira vez que se responsabiliza uma cadeia produtiva começando por aquele que abate, passando por quem recebe e vende e chegando a quem compra. Mas a dimensão do esforço, acreditam ambientalistas, deve ir além do poder público. "É dever do Estado fiscalizar e garantir que o desmatamento da Amazônia não aconteça", diz Lisa Gunn, gerente de informação do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). "Mas a gente vê que o desmatamento não pára. Acreditamos na co-responsabilidade de consumidores, empresas e governo para construir alternativas."
O Idec é uma ONG que trabalha na defesa dos direitos do consumidor e na ética das relações de consumo. Lançou a campanha "Mude o consumo para não mudar o clima" junto da Vitae Civilis, ONG ambiental com trajetória de combate às mudanças climáticas. Em março deste ano, elas questionaram as três maiores cadeias de supermercados no país - Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar - sobre sua atuação na cadeia da carne. "A interface do consumidor é com o supermercado, a gente não compra do frigorífico ou do produtor", diz Lisa. É a estratégia do dominó: "Consumidores podem pressionar supermercados, que pressionarão frigoríficos que, por sua vez, irão pressionar produtores."
"Queremos conscientizar o consumidor de que, ao comer carne, pode estar sendo co-responsável com o desmatamento da Amazônia e com a emissão de gases-estufa", diz Rubens Born, coordenador-executivo do Vitae Civilis. O ciclo de produção de carne, segundo dados do estudo "O Reino do Gado", da Amigos da Terra-Amazônia Brasileira, indica quanto a pecuária se expande para a floresta. Em 2007, pela primeira vez a Amazônia Legal superou os 10 milhões de abates bovinos, com aumento de 46% em relação a 2004. A região foi responsável por 41% dos abates do Brasil - era 34% em 2004. "Queremos mostrar que há um vínculo entre o cidadão que mora na cidade com o que acontece na Amazônia", diz Born. "Ninguém está querendo que as pessoas se tornem vegetarianas. A intenção é fazer pressão junto do varejista" continua. "E assim, diminuir a pressão da pecuária sobre a floresta. A conscientização do consumidor leva tempo, mas tem que ser iniciada."
A primeira consulta das ONGs aos três varejistas, em março, para detectar qual é a rastreabilidade da carne que vendem nas gôndolas, ficou sem resposta. A ação continuou com campanha junto dos associados motivando-os a pedirem aos supermercados garantias de que a carne que vendem não desmata a Amazônia. Voltaram a questionar as redes e então tiveram resposta. As ONGs perguntavam qual a origem da carne, nome de fazendas, municípios e frigoríficos, por exemplo. "As respostas foram vagas", avalia Lisa. "A situação demonstra a fragilidade de avaliação desta cadeia produtiva."
Embora os três tenham assegurado suas fortes exigências e controles rígidos sobre seus fornecedores, as respostas, na avaliação do Idec, foram "insuficientes". O Grupo Pão de Açúcar teria listado cidades e fazendas, mas a informação serve apenas para 1% da carne comercializada em suas lojas. O Wal-Mart informou que compra carne de dois frigoríficos, mas também teria dado respostas incompletas. O Carrefour focou sua participação no programa "Garantia de Origem", mas que contempla 40% do que é vendido pela rede.
Executivos do Carrefour afirmaram ao Valor que seus fornecedores de carne e perecíveis passam por auditoria antes de serem contratados. E 40% dos fornecedores de todos os gêneros, que integram o Programa Garantia de Origem, enfrentam processo ainda mais rigoroso. "Rastreabilidade, para nós, não é um problema. Adoramos conversar sobre este assunto", disse Renata Moura, diretora de RH e Assuntos Corporativos. Luiz Carlos Pascal, chefe da divisão de açougue do Carrefour, disse não haver risco de que o gado abatido pelos frigoríficos credenciados pela empresa venha de áreas desmatadas devido aos controles e contratos estabelecidos pelo grupo.
O Pão de Açúcar informou, por meio da assessoria de imprensa e por e-mail, que tem 17 fornecedores de carne e "somente dois frigoríficos, que representam aproximadamente 10% da carne comercializada pelas lojas do grupo" vêm de municípios da Amazônia Legal. E que toda a carne vendida vem "de frigoríficos cadastrados, auditados e classificados."
O Wal-Mart Brasil, pioneiro em assinar a moratória da soja e com projeto de conservação de 400 mil hectares na Amazônia, num trabalho em parceria com a Conservação Internacional, diz que a meta é ter, em três anos, 20% da cadeia de suprimentos alinhada, ou seja, conhecer todas as etapas de produção dos artigos que vende e assegurar processos sustentáveis. Daniela de Fiori, vice-presidente de sustentabilidade do Wal-Mart Brasil, lembra que a empresa criou recentemente um grupo de trabalho sobre pecuária. "Os primeiros passos que o governo está tomando neste setor são fundamentais", diz Adrian Garda, diretor do Programa Amazônia da Conservação Internacional. "A partir do momento em que se tem condições mínimas de controle, dá para trabalhar junto", continua. "Não tem muita escapatória", avalia Lisa, do Idec. "O setor vai ter que se organizar para dar transparência à cadeia."

Fonte: Valor Econômico - 22/07/08

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICKNOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into five figures. No, boozy brunches aren’t new. Inspired by the daytime debauchery on Pampelonne Beach in St.-Tropez, where jet-setters arrive by Ferrari and yacht, early iterations began at Le Bilboquet on the Upper East Side in the early ’90s, and spread to meatpacking district flashpoints like Bagatelle and Merkato 55 in 2008. But more recently, these brunches have been supersized, moving from smaller lounges to brassy nightclubs like Lavo and Ajna. The party blog Guest of a Guest has taken to calling it the “Battle of the Brunches.” “Not everyone gets to run to the beach or jump on a plane,” said Noah Tepperberg, an owner of Lavo in Midtown, which started its brunch party a year ago. “If you want to leave your house on the weekend, brunch fills that void.” On a recent Saturday, Mr. Tepperberg stood in Lavo’s basement kitchen, surrounded by meat slicers and employees readying confectionary “poison apples” for a Halloween party for a pre-split Kim Kardashian. Upstairs, patrons in costumes danced atop tables and chairs, bobbing to the carnival syncopation of Jay-Z and Kanye West’s “Paris.” Confetti and blasts of fog filled the air. Continue reading the main story Related Coverage slideshow The Brunch Party Takes Over Clubs NOV. 16, 2011 Advertisement Continue reading the main story It was 3 p.m. “People walk in and say, ‘I can’t believe this is going on right now,’ ” Mr. Tepperberg said. The brunch bacchanalia shows no sign of running dry. The Mondrian SoHo is starting Scene Sundays this month at its Imperial No. Nine restaurant. In Las Vegas, the original Lavo started a Champagne brunch a few weeks ago. Similar affairs have bubbled up in Boston, Los Angeles and Washington. For those looking to replicate the formula, here’s a guide to some of New York’s frothiest. Day and Night Ajna Bar (25 Little West 12th Street, dayandnightnyc.com); Saturday, noon to 6 p.m. This extravagant French-themed party landed in October at Ajna Bar in the meatpacking district, after dousing the Hamptons, Art Basel in Miami and the Oak Room in the Plaza Hotel with rosé. Beneath an industrial skylight and fluttering flags from the United Kingdom, France and Israel, well-heeled patrons pumped their fists and posed for purse-lipped Facebook photos, racking up huge tabs every Saturday. “I understand there’s a lot of people out there going through hard times,” said Daniel Koch, the promoter who helped start the Day and Night parties at Merkato 55. “But what you want to do with your money is your business.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES “If you’ve been sprayed with Champagne, make some noise!” a hype man will shout between piercing dance tracks from Robyn, Calvin Harris and Oasis. Dancers in orange bathing suits will emerge; pipes will blast jets of fog. In a dangerously drunken take on a bar mitzvah ritual, a man spooning dessert out of a giant bowl will be seated on a chair and lifted high into the air by his cronies. BRUNCH SET Club-savvy guests seem piped in from Miami, Monaco and Merrill Lynch. “I’m from the South, so drinking during the day is not new to me,” said a woman who wore a Diane Von Furstenberg dress but not the necessary wristband to enter the V.I.P. area. Outside, near a black Aston Martin coupe, a young man wearing paint on his face and sunglasses delved into socioeconomics. “We’re the 1 percent,” he said to a woman, matter of factly. THE BUFFET The Nutella-stuffed croissants ($12) cater to Europeans, while a gimmicky $2,500 ostrich egg omelet (with foie gras, lobster, truffle, caviar and a magnum of Dom Perignon) is for aspiring Marie Antoinettes. Champagne bottles start at $500; packages with several bottles of liquor and mixers for mojitos or bellinis are $1,000. The check can be sobering. “You didn’t look at the price of the Dom bottle!” a man barked into his iPhone, to a friend who apparently ditched before paying. “It’s $700!” STILL-HOT ACCESSORY Slatted “shutter shades” live on at Day and Night. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Lavo Champagne Brunch Lavo (39 East 58th Street, lavony.com); Saturday, 2 to 6:30 p.m. Smog guns. Confetti cannons. Piñatas. Masked masseuses. Dancers in Daisy Duke shorts (some on stilts, obviously). Since last November, this Italian restaurant has roiled with the energy and pageantry of Mardi Gras. At the recent Halloween party, Slick Rick, an old-school rapper with an eye patch and glinting ropes of jewelry, lethargically performed several ’80s hits. Some of the younger “Black Swans” in attendance were unsure of his identity. “Is he big in London?” asked an Australian woman wearing a top hat. SIGNAL TO DANCE ON TABLES Caffeinated anthems like Pitbull’s “Hey Baby” and Roscoe Dash’s “All the Way Turnt Up” are accentuated by processions of bouncers carrying women above them in tubs, like Cleopatra on a palanquin. Polenta pancakes taking up precious square footage? Just kick them aside with your stilettos. Newsletter Sign Up Continue reading the main story Open Thread Newsletter A look from across the New York Times at the forces that shape the dress codes we share, with Vanessa Friedman as your personal shopper. You agree to receive occasional updates and special offers for The New York Times's products and services. See Sample Privacy Policy Opt out or contact us anytime BRUNCH SET Share Champagne spritzers with willowy model types and inheritors of wealth. The scrum on an October afternoon included the son of a Mongolian dignitary, six scions of Mexican plutocracy wearing novelty somberos, and at least one supermodel. “She’s everywhere,” said Mr. Tepperberg, as the nymph, whose name he couldn’t remember, disappeared into the jungle of merriment. THE BUFFET With the emphasis on tabletop dancing, Italian trattoria offerings (margherita pizzas for $21, and lemon ricotta waffles for $19) are often abandoned underfoot and sprinkled with confetti. Proving alcohol reigns supreme here, ice buckets are carefully shielded with napkins. Bottle service rules: Moët Brut is $195 and liquor starts at $295. Balthazar and Nebuchadnezzar sizes surge toward the $10,000 mark. RISKY ROSé Alcohol and high-altitude dancing can be perilous: there was a brief hullabaloo in one corner when several women took a tumble. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Eat Yo Brunch Yotel (570 10th Avenue, yotel.com); Sunday, 11 a.m. to 4 p.m. If spending thousands of dollars makes your stomach turn, this newish party at Yotel is more easily digested. This affably cartoonish affair, held at the space-age hotel in Hell’s Kitchen with the design aesthetics of a Pokémon, draws a gay-friendly crowd lured northward by Patrick Duffy, a promoter. “There’s a lot of pressure in night life,” Mr. Duffy said. “But I feel like Sunday is a comedown. It doesn’t have to be perfect.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES These connoisseurs of brunch wear designer shoes too stylish for tromping atop omelets. With a D.J. spinning dance tracks from LeLe and Earth, Wind & Fire, guests sip bellinis at the bar or banter at long communal tables. The performers are looser. One afternoon, Roxy Cottontail, a pink-haired promoter, vamped around the sunken dining area with a microphone. “Don’t make kitty pounce,” she rapped, before climbing atop a table. BRUNCH SET Clusters of trim men wear leather motorcycle jackets or shroud themselves in patterned scarves. “It’s an eclectic, downtown vibe,” Ms. Cottontail said. “We have the most fabulous gays in New York City.” When a platinum-blond waiter in skintight jeans pranced in front of a wall decorated with pictures of sumo wrestlers riding Japanese carp, it seemed straight from an anime cell. THE BUFFET For an egalitarian $35, patrons receive unlimited grub — options include chilaquiles, halibut sliders and seaweed salad — and a two-hour window of boozing. “It’s not bougie,” said Mr. Duffy, who bounded across the room hugging guests and hand-delivering shots. “You could be a poor, starving artist or someone that doesn’t take a client for under $20 million.” COLOR CODE Wear purple if you hope to be camouflaged by the staff outfits, chairs and ceilings. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? No. Sunset Saturdays PH-D Rooftop Lounge at Dream Downtown (355 West 16th Street, dreamdowntown.com); Saturday, 5:30 to 10 p.m. Despite a happy hour time slot, this sunset party atop the Dream Downtown hotel is not for pre-gaming. After funneling in brunch crowds from elsewhere, 8 p.m. has the frenzied atmosphere and intoxication of 2 a.m. The offbeat timing may deter conventional weekend warriors. “No matter how cool the place, some people feel Friday and Saturday nights are for amateurs,” said Matt Strauss, a manager of PH-D. “We’re not for amateurs.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES The D.J. rapid-fires through tracks from C+C Music Factory, LMFAO and Rick Ross, but booze-lubricated guests scramble on couches with little hesitation. Those grappling with bursts of existential angst after six hours of brunch can gaze pensively at the spectacular views of Midtown Manhattan. BRUNCH SET Attractive women and affluent men knot around tables; hotel guests gawk from the bar. On a recent Saturday, Mark Wahlberg danced with a few friends, and David Lee, a former New York Knick, enjoyed downtime provided by the N.B.A. lockout. “We saw an angle,” said Matt Assante, a promoter. “People spend more money than at nighttime.” THE BUFFET Brunch is thankfully over, but crispy calamari ($17) and guacamole ($12) could constitute a light dinner. A bottle of Veuve Clicquot is $475. Cîroc vodka is $450. Cocktails like the Cloud Nine (Beefeater gin, Campari, grapefruit) are $18; a Bud Light is $10. WINDING DOWN After the rigors of daylong gorging, relax with the help of an on-site masseuse. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Obviously.

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICK NOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into fiv

Keni Burke - Risin' To The Top (Dj "S" Bootleg Bonus Beat Extended Re-Mix)

The White Lamp - It's You (Ron Basejam remix)