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brasilia turISMO

Paulo Octávio *

Única cidade moderna enquadrada como patrimônio histórico da humanidade, caldeirão cultural brasileiro, capital nacional. Brasília apresenta-se nos cenários nacional e internacional com vultuosas perspectivas e possibilidades para o turismo. A posição geográfica estratégica, as amplas avenidas, o tráfego ainda tragável, os indicadores de violência dentro dos limites da civilidade, infra-estrutura aeroportuária. Qualidades incontestes ainda por serem exploradas.

Os predicados que deveriam servir de combustível para a explosão do turismo no Distrito Federal, permanecem subutilizados. Os brasileiros continuam com uma visão deturpada da capital. Apegam-se a um estereótipo que impõe o peso da corrupção do país aos moradores da cidade. Brasília extrapola os muros do Congresso Nacional. As ações pouco ortodoxas praticadas por alguns políticos, a maioria deles de outros estados, não podem depor contra os mais de 2 milhões de habitantes da região.

São pessoas simples que, na maioria das vezes, não nutrem relação alguma com os políticos que desembarcam no DF semanalmente. Pessoas pioneiras, desbravadoras, que acreditaram no sonho de Juscelino Kubitschek e transformaram o barro vermelho do cerrado na maior área tombada pela Unesco no mundo. Uma gente que não se curva a práticas criminosas, anda com o peito estufado e a cabeça erguida. Gente como o faxineiro do Aeroporto Internacional de Brasília Francisco Basílio, 55 anos.

Ele encontrou uma mala com US$ 10 mil – o equivalente à época a R$ 29 mil – e devolveu para o dono. Na noite anterior, o trabalhador, que ganhava um salário de R$ 370, havia perdido a noite de sono porque não havia pagado uma conta de luz vencida no valor de R$ 28. Esse é o povo de Brasília. Esse é o retrato dos habitantes da capital. Essa é a imagem que o DF tem a passar para o Brasil. A corrupção praticada no interior dos palácios, ministérios e parlamento não contamina a população.

Nas nações mais desenvolvidas, o povo tem orgulho da sua capital. Paris inspira os franceses assim como Washington envaidece os americanos e Londres alimenta o ego dos ingleses. Tais sentimentos servem de insumo para fomentar o turismo nesses países. A estima de uma população por sua capital atrai os holofotes do exterior para as qualidades do país e ajuda a atrair turistas, emprego e renda para o território nacional.

Em recente estudo divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a vergonhosa 59ª colocação no ranking de competitividade turística. O levantamento leva em consideração critérios objetivos, como a infra-estrutura, a qualificação dos profissionais ligados ao setor e a segurança local. Com todas as nossas riquezas naturais e arquitetônicas, não podemos aceitar a 59ª posição. O turismo é responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e pela geração de quase 70 milhões de empregos diretos.

Não podemos virar as costas para o setor. Temos de mudar a postura para passar a encarar a matéria com mais profissionalismo. Não há mais espaço para o amadorismo. Se permanecermos inertes, sem uma postura pró-ativa, ficaremos para trás. O movimento de reestruturação já começou. Em janeiro, os turistas estrangeiros que visitaram o Brasil deixaram US$ 484 milhões, um aumento de 20, 39% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O crescimento ainda é tímido se comparado com o potencial que o país possui. Vamos unir forças para mostrar a nossa verdadeira face às nações estrangeiras. A estratégia é mostrar o que temos de melhor. As ações não podem, no entanto, ficar voltadas apenas para fora. A valorização interna é condição sine qua non para mudarmos nossa imagem de maneira definitiva.

Dentro desse contexto insere-se a capital, que reúne um pouco de cada uma das regiões do nosso Brasil continental. No caldeirão cultural do DF encontramos cariocas, baianos, nordestinos, gaúchos, mineiros... Ter orgulho de Brasília é um gesto de patriotismo. Valorizar Brasília é valorizar o Brasil.

* Paulo Octávio é vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo
* Artigo publicado no Jornal de Brasília

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