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PASSADO PESADO





Na Escola de Infantaria fica o Instituto do Hemisfério Ocidental, sucessor da Escola das Américas. Todo ano ocorrem protestos pelo fechamento do instituto, onde o sargento bombeiro brasileiro Carlos Eduardo Sá Ferreira foi receber instrução em 2007
Através do Centro de Comunicação Social, o Exército justificou a participação brasileira: “A citada instituição (...) não herdou da antiga ‘Escola das Américas’ objetivos pedagógicos ou conteúdo programático nem deve ser confundida com a mesma”. O e-mail enviado à ISTOÉ destaca que “a proposta da escola e os fundamentos dos cursos são baseados na Carta da OEA”. É verdade que, nessa nova fase, os militares americanos incluíram no currículo aulas de direitos humanos e noções de democracia. Mas o Whinsec/ School of the Americas ainda está longe de seguir a Carta da OEA. Em seu artigo 2º, o documento prega o “princípio da não-intervenção”, enquanto a linha do instituto é claramente intervencionista. “Eu treino homens para entrar nas selvas colombianas e lutar”, escreveu o coronel americano Robert Fausti sobre seu trabalho no instituto, na Infantry Magazine (Revista da Infantaria) de janeiro de 2005. “Hoje, El Salvador e outros países do Hemisfério Ocidental (América Latina) têm unidades no Iraque e Afeganistão. O Whinsec treinou vários desses soldados (...).”

Como resultado dessa orientação, militares brasileiros acabam colaborando indiretamente em conflitos nos quais o Brasil não está envolvido. Mesmo o sargento do Corpo de Bombeiros do Rio, Carlos Eduardo Sá Ferreira, que esteve no instituto no ano passado para fazer um curso de saúde, notou que o cenário de alguns treinamentos imita o ambiente de países inimigos dos EUA. “Eles nos colocaram para correr num solo que simula o terreno do Iraque, uma areia mais fina que a da praia. Parecia que estávamos no deserto”, admitiu. “Achei o curso muito proveitoso.” Ferreira também recebeu aulas sobre a Constituição dos EUA e a doutrina americana.

Esse é outro problema grave no intercâmbio. O soldado Dejaci da Silva, que fez curso no Whinsec há dois anos, reconheceu a distorção em depoimento na revista O anfíbio, do Corpo de Fuzileiros Navais, de 2006: “Imaginei alguns desafios que teria pela frente, afinal ensinaria a Doutrina Militar Americana em espanhol (...) para estudantes de todo o Hemisfério Ocidental”. Ao saber da manutenção do intercâmbio, o senador petista Eduardo Suplicy estranhou. “Não é papel dos soldados brasileiros ensinar a doutrina militar americana. Ainda mais diante do veto do presidente George W. Bush à lei que proíbe a tortura”, afirmou.

Além disso, alunos formados no instituto mantêm a tradição de envolvimento em casos de crimes e violência. Um dos mais recentes ocorreu em agosto do ano passado, quando um coronel e um major colombianos foram presos por envolvimento com o narcotráfico. Em 2003 e 2004 eles atuaram no Whinsec como instrutores de “sustentação democrática” e “manutenção da paz”. Como se vê, as coisas não mudaram tanto em Fort Benning.
TO^
TREINANDO
TIRO AO ALVO
EM PATINHOS
DE PESCOÇO VERDE
LINDOS

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