Conheci o mangue beat e muitos de seus integrantes em seu tempo de formação, ainda no Recife, era 1994. Todos com muitas responsabilidades, afinal eles eram o projeto de revitalização da capital pernambucana. Chico Science tinha acabado de lançar seu primeiro álbum com grande repercussão nacional. Existia um orgulho que ainda permance na cidade que voltei mais de 14 anos depois.
HO^JE ACORDEI
MANGAS
E MANGUEIRAS
VERDES
E
ROHSAS
O mangue boy que leu, pensou e esperou e que se dedica à flânerie, pertence, do mesmo modo que o fumador de ópio, o sonhador e o ébrio, à galeria dos iluminados. E são iluminados mais profanos. [...] “Mobilizar para a revolucão as energias da embriaguez”.
O “movimento” acabou faz tempo e o melhor, ninguém vive das lamúrias de lembrar o que foi e o que deveria ter sido. Foi o canto do cisne da MPB, o último movimento que não só existia a questão da organicidade (como podemos ouvir no funk carioca, no axé e no brega) , mas algo programático, um plano de ações imaginadas. Nesse sentido tinha-se até um cotê fashion, o modo de se vestir dos mague boys and girls. E também de maneira mais elaborada, a moda de estilistas que acompanharam o movimento que se estendeu além da música, indo parar também no cinema. No Sul maravilha vimos alguns insights de Eduardo Ferreira e Marcelo Taulbert e em Recife Beto Normal.
EH
TAMBEM ACHEI
PONTO PRAH VOÇE^ QUIRIDINHA
Eduardo Ferreira
Mas sinceramente, era muito o peso de tantas responsabilidades, a maioria não cumprida, principalmente por muitos dos artistas deixarem a cidade e continuarem seus projetos longe daquilo que os alimentava. Nessa diáspora, perdeu muito mais os mangueiros que o Recife que trouxe uma geração agora muito mais antenada, relaxada e despreocupada com essas responsabilidades de recuperar algo que nunca se recuperará: a decadência!
Manguetown.
DOREI
DOOREI
DOUREI
DOUREI BEM
Eu particularmente voltei do Hellcife e da “Parayba” apaixonado pelo brega. Joelma incendeia!
E o estilo shóstinho agarrado e bota cano alto acho luxo de verdade!!!! Um pouco vulgar é verdade, mas nesse calor é difícil não ser vulgar, termo que na nova língua portuguesa poderia ser traduzida como à vontade.
Mas minha grande paixão é essa cantora da “nova ortografia”. Algo de Portishead do sertão com o fino da fossa. Desculpem mas prefiro Marli a Maysa!
BEM
BEM
BEM
A única permanência é que eles ainda andam em grupos, aos bandos. Contrariando Walter Benjamim que ao citar a iluminação da embriaguez concluiu: “para não falar da mais terrível de todas as drogas - nós mesmos - que tomamos quando estamos sós”. Essa solidão Recife ainda não ouviu!
BREVE
BREVE
BREVE
Jesus me guincha!
VITOR A^NGELO
DUS INFERNUS
KINKANS
E MUITO TOMATES VERDES
CRUS
HO^JE
ACORDEI BI^XO
MA BI^CHE
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