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* Agora, os rapazes também têm a sua linha exclusiva de produtos dermocomésticos da marca francesa Vichy, a Vichy Homme.
* Para elaborar os oito produtos da coleção, como gel de limpeza, hidratante, pós-barba e o creme anti-rugas, entre outros itens, eles estudaram a fundo os efeitos da testosterona na pele do homem.
* Toda a série Vichy Homme tem como princípio básico a famosa Água Termal de Vichy, além de ser hipoalergênica.
DE MASCULINO
ADOREI A NOVIDAHDE
Comissão do Senado aprova licença paternidade de 15 dias
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou nesta quarta-feira, em decisão terminativa, projeto de lei (PLS 666/07) de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) que amplia de cinco para 15 dias a duração da licença paternidade, beneficiando inclusive o pai que adotar uma criança.

De acordo com a proposição, a licença será concedida aos trabalhadores sem qualquer prejuízo de salário ou emprego. Leia mais em Licença paternidade de 15 dias é aprovada na Comissão de Assuntos Sociais do Senado

Diplomata brasileiro influenciou Barack Obama

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S. Paulo, em Washington
O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello influenciou Barack Obama. Pelo menos suas idéias. É o que diz Samantha Power, até março uma das principais e mais combativas assessoras de política externa do candidato democrata. "Obama está tentando mudar toda a cultura política nos EUA, a política externa americana ao seguir muitas das políticas que a vida de Sérgio sugere que eram as corretas, como falar com seus adversários", disse à Folha.

Vencedora do prêmio Pulitzer por seu livro sobre genocídio, "Genocídio - A Retórica Americana em Questão" (Companhia das Letras, 2004), a escritora e acadêmica irlandesa de 37 anos chega ao país na semana que vem para lançar a versão em português de "O Homem que Queria Salvar o Mundo" (Companhia das Letras), biografia de Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro da ONU assassinado pelo primeiro atentado a bomba ocorrido no Iraque, em 2003.

Embora tenha dito que não representa mais a campanha de Barack Obama desde que chamou Hillary Clinton de "monstro" em março, numa frase "off the record" publicada por um jornal, Power tem encontro marcado com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva --entregará o livro em mãos.

Leia trechos da entrevista a seguir:

*
FOLHA - Quando o conheceu, em 1994, na Bósnia, a sra. disse que Sérgio Vieira de Mello tinha "a possibilidade de ser o rosto que nunca tivemos --para o Direito internacional, para as instituições internacionais, para os sacrifícios exigidos, poderia ser um tipo de mudança de paradigma". Parece bastante com a descrição que a sra. faria de Barack Obama, alguém mencionou até que ambos estariam "tentando inventar o futuro". É correto pensar que a sra. viu no brasileiro uma espécie de "Barack Obama da diplomacia internacional"?

SAMANTHA POWER - Sim, eles são semelhantes no sentido de que ambos são agentes de esperança e mudança. Sérgio estava tentando mudar o lento e às vezes letárgico funcionamento de uma grande burocracia, a maneira como governos na ONU pensam sobre questões humanitárias e proteção civil e até paz. Os tipos de questões que Sérgio tentava colocar no radar eram questões que muitos governos tentavam fugir. O mais importante, tentava fazer países verem que seus interesses e valores são inexoravelmente ligados.

Já Obama está tentando mudar toda a cultura política nos EUA, a política externa americana ao seguir muitas das políticas que a vida de Sérgio sugere que eram as corretas, como falar com seus adversários, promover dignidade, ter grande respeito por outros países e culturas. Mas acho que o paralelo mais interessante, por ter sido dito num dos últimos discursos de Sérgio, é a frase: "O medo é um péssimo conselheiro". Eu ouvi Obama um ou dois meses atras dizer: "O medo dá maus conselhos". Não é algo que as pessoas digam toda hora, certo?

Então, o que os une é uma ênfase na diplomacia e o entendimento de que mesmo que você não concorde com alguém ou condene o comportamento de outro ator internacional, às vezes, por razões muito pragmáticas, tem de sentar com ele e então entender que o medo pode embaçar seu julgamento. Isso é algo que milhões de pessoas no mundo inteiro vivem, medo da policia, de ficar com fome, medo de milícias. Entender a cena internacional atual também os une.

FOLHA - O que acha que teria acontecido se ele vivesse? Seria secretário-geral da ONU, como muita gente sugeriu? Teria influído na situação atual da Guerra do Iraque?

POWER - Em relação ao Iraque, a maior parte dos grandes erros já tinham sido feitos antes mesmo de ele chegar lá, o primeiro sendo invadir o país. Mas também invadir sem plano, o que fazer na manhã seguinte, invadir com poucas tropas, sem legitimidade internacional... Se ele tivesse sobrevivido, teria prevalecido sobre L. Paul Bremer [então lugar-tenente das forças de ocupação no país], e esse deixaria o poder muito antes do que deixou.

O pequeno progresso que nós vemos no Iraque hoje, acontece porque os iraquianos estão no comando cada vez mais, e isso era algo que Sérgio pediu desde o dia em que ele chegou ao Iraque, que tínhamos de deixar os iraquianos comandar o país. Mesmo se eles errassem, dizia, era melhor errarem eles mesmos do que os americanos acertarem por eles, quanto mais os americanos errarem por eles, como acontece. Ele poderia ter nos levado mais rápido para onde estamos hoje, que é de uma situação de frustração real ainda, mas um país menos violento do que antes.

Mais amplamente, eu acho que ele seria secretário-geral. Sua experiência em mais de doze zonas de guerra, de falar varias línguas, o fato de ser bem visto pelos americanos, franceses, britânicos, russos e chineses! Eu não penso em nenhum outro indivíduo na Terra que fosse tão bem aceito pelo Conselho de Segurança. Mesmo que Ban Ki-moon ou alguém como ele fosse eleito em 2006, porque a Ásia queria mostrar que era sua vez, depois diríamos "Dêem-nos o Sérgio, porque o mundo está pegando fogo!".

FOLHA - Entre seu livro sobre o genocídio e o atual, percebe-se a mudança do idealismo para o pragmatismo em relação às questões internacionais. A sra. concorda?

POWER - Sim, mas, embora eu tenha sido muito idealista em relação ao que eu desejava antes, que os EUA e outros governos ligasse mais e fizessem mais contra o genocídio, eu era muito pragmática em relação às ferramentas para isso, a necessidade de usar intervenção militar, sim, mas também o amplo alcance de ferramentas que os EUA têm em seu arsenal: diplomáticas, econômicas, multinacionais.

Mas eu concordo que eu comecei a ver que realmente precisamos pensar a respeito do genocídio e dos direitos humanos num contexto mais amplo de estadismo internacional. Simplesmente não é possível para países tão poderosos como os EUA denunciarem o genocídio numa segunda-feira, apoiarem a tortura numa terça e na quarta pensarem que vão ter sucesso em convencer os outros países a parar com o genocídio.

O livro sobre Sérgio Vieira de Mello importa mais por isso: as questões que ele levantava há anos têm a ver agora com os desafios do líder moderno. Questões marginais e antes exóticas que agora estão no centro da discussão de várias maneiras para governos poderosos, incluindo Brasil, questões sobre como lidar com lugares em que o Estados faliu, sejam as favelas ou o Haiti. Há 30 anos não víamos a importância delas, mas Sérgio via.

FOLHA - A sra, disse numa entrevista que "houve um tempo em que a visão em círculos internacionais era a de que não deveria haver interferência nos assuntos internos de uma nação soberana. Nós já passamos desse ponto. Agora a questão é se você tem ou não o direito como diplomata de criticar o governo que o hospeda ou criticar um aliado ou inimigo, em termos de direitos humanos. O debate agora é quão longe você deve ir, e se deve ir, quais as ferramentas disponíveis para os estadistas para ser usadas e em que altura devem ser usadas.". Quão longe a sra. iria em relação a um pais como o Irã ou a China, por exemplo?

POWER - Primeiro, deixe-me dizer que tudo o que eu disse é verdade, mas que a combinação da Guerra do Iraque e a erosão da influência dos EUA como resultado dessa guerra mais a ascensão da China e o ressurgimento da Rússia fizeram o que eu disse ser mais contestado hoje. A China insiste seguidamente que não haja interferência, mas agora eles tem um púlpito muito mais potente do que cinco anos atrás. Ao mesmo tempo, estão interferindo em todo tipo de assuntos internos de países africanos em termos de investimento externo direto, doações, petróleo, mão-de-obra, então não acho que sejam sinceros quando argumentam sobre a não-interferência. Mas é um argumento que você ouve muito mais hoje e por atores muito mais poderosos do que há cinco anos.

Quanto à China, eu acho que há três perguntas. Primeiro, qual o país-alvo e qual a questão em discussão? Na China, estamos falando por exemplo do país e sua relação com o Sudão. Segundo, quem são os interventores, o ator que está reclamando e tentando mudar a situação, é o Comissariado de Direitos Humanos da ONU ou é o governo dos EUA ou é a OTAN ou é a OEA? Aí, a terceira questão, que é qual a ferramenta que deveria ser empregada. Essa será muito diferente dependendo que qual o ator e qual a crise. George Bush fala muito em generalidades, faz declarações amplas em que tenta aplicar a mesma doutrina a países diferentes. Temos de ter muito cuidado e reconhecer que não há um tamanho único que sirva a todos, China, Zimbábue, Irã. Eu perguntaria qual o mecanismo mais efeito em colocar pressão em países que estão infringindo direitos humanos ou que estão fazendo coisas que desestabilizam países vizinhos.

No caso do Irã, eu acho que o enriquecimento de urânio é um fato preocupante, eu não acho que as pessoas no mundo inteiro devam dizer: "Bush diz que é ruim, então eu tenho de dizer que é bom". Não é uma boa maneira de pensar em estabilidade a longo prazo. Sim, Bush diz que é ruim, e suas políticas pioraram, mas todos nós temos de achar uma maneira de dissuadir os iranianos de sua sua busca por armas nucleares, pois isso desestabilizará não só o Iraque e Israel mas muitos países sunitas na vizinhança, que também vão querer armas nucleares para se defender. Então eu acho que o melhor é se comprometer em altos níveis, o que eu acho que os EUA não fizeram ainda. Mais pressão tem de ser colocada na China e na Rússia para se alinharem na questão de sanções, também.

Quanto a China, é um dos países mais poderosos do mundo, é muito difícil de fora ter um impacto no governo deles, mas é importante para os EUA pararem eles próprios de abrigar abusos e reconquistar sua credibilidade nas questões de direitos humanos e então se juntar a outros países na América Latina, na Europa e em outros lugares e apresentar blocos internacionais de países com credibilidade para encorajar a China a seguir um caminho diferente e lembrar a China que desenvolvimento econômico e estabilidade são compatíveis e são ajudados por democratização. Mas se os EUA lidarem com o Irã sozinhos e com a China sozinhos podem soar mais como intimidação do que liderança.

FOLHA - A sra. fala como uma pensadora independente ou como assessora de política externa de Barack Obama?

POWER - Tenho de ser muito clara: eu falo por mim mesma, infelizmente não tenho nada a ver com a campanha desde março.

FOLHA - Qual seu papel na campanha hoje e qual será num eventual governo?

POWER - Não tenho nenhum papel hoje a não ser me insinuar ao público brasileiro nas próximas duas semanas e nenhum plano de voltar à campanha. Sou professora e darei aulas sobre extremismo a partir de setembro, com meu marido, a quem eu conheci na campanha de Obama. Ele é seu assessor, Cass Sunstein. Mas ficarei honrada de fazer qualquer coisa para ajudar Obama a acertar a política externa norte-americana, recuperar um pouco do que os EUA abriram mão nos últimos oito anos. Poderei fazer isso seja como uma cidadã ou ficarei honrada de fazer qualquer coisa que ele ache que seja útil. Mas ele não está pensando nesses termos agora, nem eu. John McCain é um oponente formidável e o está deixando muito ocupado.

FOLHA - Quanto ao comentário sobre Hillary Clinton, em que a sra. a chamou de "monstro" e já se desculpou várias vezes: o quanto dói ter sido tirada da campanha por conta disso?

POWER - É de doer o coração. E eu também me arrependo de ter colocado na atmosfera algo que as pessoas que criticaram a Hillary no passado se aproveitam para validar suas posições, com as quais eu não concordo. Em outras palavras, ela sempre foi um modelo para uma mulher como eu. O mundo deve a ela. E esse comentário ter alimentado alguns dos preconceitos existentes me deixa profundamente envergonhada... E, sim, de um ponto de vista pessoal, essa é uma campanha histórica, eu tinha um assento no banco da frente, aprendi muito nos últimos anos e também gostava de trabalhar com o tipo de pessoas que Obama atrai desde o começo. Sim, é de quebrar o coração que eu e minha boca grande tenham me privado da oportunidade de trabalhar com essas pessoas...

FOLHA - Voltando a Sérgio Vieira de Mello, era notável durante a guerra como a população local, alimentada pela propaganda oficial de Saddam Hussein, culpava o embargo econômico liderado pela ONU pelos problemas do país. E minha impressão é a de que a organização não percebeu isso, achou que seria recebida como libertadora. O muro que protegia o escritório do diplomata no dia em que a bomba explodiu, por exemplo, tinha sido erguido uma semana antes. A sra. concorda que esse desconhecimento da ONU da situação local pode ter acabado custando a vida dele?

POWER - Primeiro, não há dúvida de que os funcionários da ONU em Nova York e fora do Iraque rudemente não entenderam a maneira com que a ONU seria vista por iraquianos comuns. Eles achavam que seriam vistos como uma força multinacional que se recusou a autorizar a invasão, então que EUA e Reino Unido seriam vistos de uma maneira e eles de outra. Eles não entenderam o impacto degradante das inspeções da ONU, das conseqüências dos embargos e que a marca dos EUA estava associada a essas duas ações para os locais de maneira muito danosa para a organização.

Segundo, não há duvida de que funcionários da ONU no Iraque subestimaram o risco de segurança. Mas nas semanas que antecederam o ataque eles começaram a tentar se aproximar da população porque entenderam que os iraquianos os associavam aos Estados Unidos. Em agosto, Sérgio já sabia que a população eram ambígua em relação à ONU. Mas nunca perceberam o real risco de segurança.

Mas há um terceiro ponto importante: temos de lembrar que as pessoas que mataram Sérgio e outras 21 pessoas naquele dia não eram iraquianos, no sentido de que faziam parte da Al Qaeda e que dois meses depois atacariam o Crescente Vermelha, a embaixada da Jordânia e da Turquia. Essas pessoas não atingiram Sérgio e a ONU por conta do embargo, das inspeções, mas porque eles eram atingíveis e isso levaria organizações humanitárias a sair, poderia levar a guerra de volta ao estágio entre os jihadistas e os ocupadores, o que os interessava. Sérgio era perigoso a eles porque era razoável, apresentava uma alternativa ao que os americanas estavam dizendo e fazendo, um poder moderado, uma visão moderada para estabilidade do país.

FOLHA - O presidente George W. Bush disse que desistiu de jogar golfe após ser informado da morte de Sérgio Vieira de Mello. Qual sua reação?

POWER - De descrença, inicialmente. George Bush mencionou Sérgio num debate presidencial com John Kerry em 2004. Ele encontrou Bush uma vez por 30 minutos. Provavelmente, ele é o único funcionário internacional de qualquer tipo mencionado nos debates. Tamanha era a boa impressão que ele deixava nas pessoas. E, depois de sua morte, convenceu Bush a abandonar seu hobby predileto. Mas acho que é vergonhoso que a única lição dessa invasão desastrosa e das decisões incrivelmente danosas feitas por Bush é que você não deve jogar golfe porque alguém pode morrer e você pode se envergonhar de estar no campo de golfe naquele momento. Bush não planejou a invasão corretamente. Se tivesse havido planejamento e resgate adequados, Sérgio poderia estar vivo hoje.

FOLHA - Como assessora de política externa, qual seria seu conselho para melhorar a relação entre Brasil e Estados Unidos?

POWER - A relação entre os dois países deveria e pode ser fundamental para a restauração da credibilidade e do respeito dos EUA na América Latina e, mais amplamente, no mundo. Comércio, missões de paz, há tantas áreas que se intercalam, essa é uma das relações negligenciadas que se beneficiarão enormemente com a mudança de liderança em Washington. O presidente Obama se sentará com o presidente Lula e os dois arregaçarão as mangas e realmente pensarão juntos em como esses dois países podem se juntar com credibilidade na região para cumprir necessidades reais.

FOLHA - A sra. parece defender em seu livro que a atuação de entidades multinacionais como a ONU melhoram seu desempenho quando suas missões de paz, mais do que garantir a paz, a impõem. É correta essa impressão?

POWER - Primeiro, é preciso evitar o risco de se pensar em termos de "um tamanho serve a todos". O que a vida de Sérgio mostra é que as missões de paz da ONU são mais bem-sucedidas quando têm a proteção do Conselho de Segurança da ONU por trás delas. Muitas vezes, essas missões são colocadas em perigo quando o país e o Conselho de Segurança são indiferentes ao que acontece no país ou quando eles estão divididos e há interesses muito diferentes em jogo. Então, países poderosos precisam ser convencidos diplomaticamente que de a missão importa para eles e gastarem dinheiro, treinamento, equipamento. Em segundo lugar, os países que mandam as missões têm de manter melhor vigilância. Abusos sexuais, a falta de obediência de lei tem de parar, mina a credibilidade da ONU como um todo. Por fim, em lugares perigosos, em que assassinos percebem que podem desrespeitar as missões de paz, eles desrespeitam. Geralmente, isso significa roubar veículos, humilhar soldados das missões, aterrorizar a população civil. Então o que eu acho que Sérgio entendia é que é muito importante mandar uma impressão firme, que sugira aos fora-da-lei que as missões estão preparadas para proteger os civis.
AGOHRA MAIS EHSSA
o sumiço da papoula
Muito usada por descendentes europeus em strudels, tortas, pães e bagels, as sementes desapareceram do mercado

JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

No início de abril, como faz todos os anos há quase três décadas, a fotógrafa paulistana Anita Hirschbruch foi à Casa Zilana, em Higienópolis, comprar sementes de papoula. Festa de aniversário sem torta de papoula, nem pensar.
Não encontrou. Ouviu algo sobre uma proibição da comercialização do ingrediente. Estranhou. O que haveria de errado com as inofensivas sementes que aprendeu a apreciar, ainda criança, como tantos outros descendentes de europeu? Incrédula, rodou os lugares que conhecia, do Mercado Municipal à Casa Santa Luzia. Em vão.
"Como é uma receita especial, herdada da minha avó alemã, sempre fiz só nos meus aniversários. Os amigos adoram, esperam, cobram", conta Anita. "Entrei em parafuso. Justo no meu aniversário de 50 anos?"
Conseguiu encontrar, depois de muita peregrinação, em Jundiaí. Comprou o estoque todo: 400 g. "Usei pouco mais da metade na torta e não tenho coragem de gastar o restinho."
O dilema da fotógrafa é compartilhado por donos de docerias e restaurantes. A minúscula semente, meio acinzentada e de sabor peculiar, levemente amargo, sumiu do mercado nos últimos meses e, junto dela, strudels, tortas, bagels e pães.

O calvário das papoulas
Ao contrário dos boatos que se espalharam pela cidade, a importação, a comercialização e o consumo das sementes de papoula não foram proibidos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), só "o cultivo da papoula (Papaver somniferum L.) é proibido" porque "dá origem a entorpecentes, como heroína e ópio".
"A única maneira de a semente ser utilizada no país é por meio de sua importação", diz a gerente-geral de Inspeção e Controle de Insumos, Medicamentos e Produtos da Anvisa, Marília Coelho Cunha.
É aí que começa o calvário... Para importá-la, as empresas têm de acatar regras de uma resolução de 2002, a RDC 239. Entre as determinações, estão a necessidade de 1) apresentar um documento no qual conste que as sementes "provêm de cultivos lícitos"; e 2) provar que se tratam de "sementes sem capacidade germinativa, ausentes de entorpecentes e não-oriundas de apreensões".
Apesar de essa resolução mais rigorosa ser de 2002, o ingrediente só sumiu nos últimos meses, com o fim dos estoques.
"Há um grande mal-entendido sobre a semente de papoula por causa de sua origem e utilização. Ela vem da mesma planta com a qual se produz o ópio, só que a semente não é narcótica. Mas alguns órgãos do governo não entendem o problema", diz Paulo Reis, diretor-geral da Fuchs Gewürze do Brasil, que importava e distribuía as sementes para empresas como a Bombay e a Cia. das Ervas.
Da última vez que a Fuchs tentou importá-las, em 2007, a carga demorou tanto para ser liberada, que acabou estragando e teve de ser incinerada. "Isso tem causado grandes prejuízos", diz Reis. "Nós mandamos, no ano passado e novamente neste ano, toda documentação necessária. Até agora, não tivemos resposta. Estamos esperando, ninguém quer correr o risco de perder de novo."
E há esperança de que a papoula volte ao mercado? "Há sim. Assim que [a papelada] for liberada, vamos importar imediatamente", diz Reis.
O gestor de produtos da Companhia das Ervas, Cláudio Cury, diz que toda semana recebe solicitações: "Era um dos produtos que eu mais vendia".

Queremos papoula!
Donos de restaurantes e docerias que usavam papoula em suas receitas lastimam o sumiço. Quem pôde adaptou a receita, pôs outro ingrediente no lugar. Outros tiraram do menu.
No Bom Retiro, pelo menos três casas sofrem com a falta das sementes. A Doceria Burikita já não pode mais fabricar seu doce mais emblemático, o strudel de papoula. "Estou sem fazê-lo desde o começo do ano. Não tem substituto para a papoula", lamenta David Ben Avram, proprietário da casa. "Muita gente ainda vem procurar. Fico chateado por não poder servir um doce típico que fazíamos há mais de 30 anos."
No Shoshi Delishop, o oznei haman, doce feito com as sementes e servido no Purim, teve de ganhar outro recheio neste ano: geléia de ameixa preta e nozes. Na Casa Menorah, a chalá já não é mais polvilhada com papoula, e sim com gergelim preto. A mesma solução foi adotada na Bagel Factory.
No AK Delicatessen, o bolo de limão com papoulas que tanto sucesso fazia, saiu de cena, assim como um pão fininho que levava as sementes. No Z-Deli, não há mais strudel de papoula. Por enquanto, só de maçã ou de framboesa. "Os clientes vivem perguntando se não tem strudel de papoula", conta Rosa Raw, sócia do Z-Deli. "Quando as papoulas voltarem, o strudel também retornará."
MINHA PASTA DE DENTE
E MEU LIP BALM
AINDA RETIHDOS
NA BURROCRACIA
DE VIHRA COPOS
AH SOH VIRANDO COHPOS
VIRANDO A ME^SA
EH
AGORA PRICIHSA RECEITA
PRAH PASTA DE DENTE
NATURAL
HUMA PAPELAHDA SEM FIM
VOU CHEGAR EM VIRA COHPOS DE TAPA SEXO LOIRO
I MEAN
BEIGE
E DE PAPOULAS
COMPREI PAPOULAS
FLORES E SEMENTES
POR NOVA IORQUE
POR PARIS
ME LEMBRO DE HUMAS FLORES DE PAPOULA LINDAS
NA LOHJA DO SAINT LAURENT
NA 57
UI
MAISON BOULUD à PéKIN In time for the Olympic Games, Daniel Boulud’s Beijing outpost has opened in a mansion that was the American Legation during the Qing dynasty in the 19th and early 20th century. French techniques shape dishes derived from China, the Pacific rim and other international sources. Italian and Japanese restaurants, an art gallery, a theater and shops have also been installed in the complex of buildings near the Forbidden City: Legation Quarter, 23 Qianmen Dongdajie, 001-86-10-6522-4848 (from the United States), maisonboulud.com.

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The scrum on an October afternoon included the son of a Mongolian dignitary, six scions of Mexican plutocracy wearing novelty somberos, and at least one supermodel. “She’s everywhere,” said Mr. Tepperberg, as the nymph, whose name he couldn’t remember, disappeared into the jungle of merriment. THE BUFFET With the emphasis on tabletop dancing, Italian trattoria offerings (margherita pizzas for $21, and lemon ricotta waffles for $19) are often abandoned underfoot and sprinkled with confetti. Proving alcohol reigns supreme here, ice buckets are carefully shielded with napkins. Bottle service rules: Moët Brut is $195 and liquor starts at $295. Balthazar and Nebuchadnezzar sizes surge toward the $10,000 mark. RISKY ROSé Alcohol and high-altitude dancing can be perilous: there was a brief hullabaloo in one corner when several women took a tumble. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Yes. Eat Yo Brunch Yotel (570 10th Avenue, yotel.com); Sunday, 11 a.m. to 4 p.m. If spending thousands of dollars makes your stomach turn, this newish party at Yotel is more easily digested. This affably cartoonish affair, held at the space-age hotel in Hell’s Kitchen with the design aesthetics of a Pokémon, draws a gay-friendly crowd lured northward by Patrick Duffy, a promoter. “There’s a lot of pressure in night life,” Mr. Duffy said. “But I feel like Sunday is a comedown. It doesn’t have to be perfect.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES These connoisseurs of brunch wear designer shoes too stylish for tromping atop omelets. With a D.J. spinning dance tracks from LeLe and Earth, Wind & Fire, guests sip bellinis at the bar or banter at long communal tables. The performers are looser. One afternoon, Roxy Cottontail, a pink-haired promoter, vamped around the sunken dining area with a microphone. “Don’t make kitty pounce,” she rapped, before climbing atop a table. BRUNCH SET Clusters of trim men wear leather motorcycle jackets or shroud themselves in patterned scarves. “It’s an eclectic, downtown vibe,” Ms. Cottontail said. “We have the most fabulous gays in New York City.” When a platinum-blond waiter in skintight jeans pranced in front of a wall decorated with pictures of sumo wrestlers riding Japanese carp, it seemed straight from an anime cell. THE BUFFET For an egalitarian $35, patrons receive unlimited grub — options include chilaquiles, halibut sliders and seaweed salad — and a two-hour window of boozing. “It’s not bougie,” said Mr. Duffy, who bounded across the room hugging guests and hand-delivering shots. “You could be a poor, starving artist or someone that doesn’t take a client for under $20 million.” COLOR CODE Wear purple if you hope to be camouflaged by the staff outfits, chairs and ceilings. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? No. Sunset Saturdays PH-D Rooftop Lounge at Dream Downtown (355 West 16th Street, dreamdowntown.com); Saturday, 5:30 to 10 p.m. Despite a happy hour time slot, this sunset party atop the Dream Downtown hotel is not for pre-gaming. After funneling in brunch crowds from elsewhere, 8 p.m. has the frenzied atmosphere and intoxication of 2 a.m. The offbeat timing may deter conventional weekend warriors. “No matter how cool the place, some people feel Friday and Saturday nights are for amateurs,” said Matt Strauss, a manager of PH-D. “We’re not for amateurs.” SIGNAL TO DANCE ON TABLES The D.J. rapid-fires through tracks from C+C Music Factory, LMFAO and Rick Ross, but booze-lubricated guests scramble on couches with little hesitation. Those grappling with bursts of existential angst after six hours of brunch can gaze pensively at the spectacular views of Midtown Manhattan. BRUNCH SET Attractive women and affluent men knot around tables; hotel guests gawk from the bar. On a recent Saturday, Mark Wahlberg danced with a few friends, and David Lee, a former New York Knick, enjoyed downtime provided by the N.B.A. lockout. “We saw an angle,” said Matt Assante, a promoter. “People spend more money than at nighttime.” THE BUFFET Brunch is thankfully over, but crispy calamari ($17) and guacamole ($12) could constitute a light dinner. A bottle of Veuve Clicquot is $475. Cîroc vodka is $450. Cocktails like the Cloud Nine (Beefeater gin, Campari, grapefruit) are $18; a Bud Light is $10. WINDING DOWN After the rigors of daylong gorging, relax with the help of an on-site masseuse. DID THE D.J. PLAY “WELCOME TO ST.-TROPEZ”? Obviously.

The 3 P.M. Brunch With the 4 A.M. Vibe By BEN DETRICK NOV. 16, 2011 Continue reading the main story Share This Page Share Tweet Pin Email More Save Photo An enthusiastic reveler parties to a performance by Roxy Cottontail, a promoter, at Eat Yo Brunch at Yotel on 10th Avenue, where the $35 brunch allows patrons to eat and drink for two hours. Credit Deidre Schoo for The New York Times BRUNCH, an occasion for flapjacks, Bloody Marys and meandering conversation, is traditionally the most sluggish of meals. But a smorgasbord of clubby New York restaurants have transformed lazy midday gatherings into orgies of overindulgence with blaring music, jiggling go-go dancers and bar tabs that mushroom into fiv

My coffee-table book MOTEL | HOTEL featuring Todd Sanfield is now sold-out. I want to thank everyone who purchased a copy.